Seja Bem Vindo ao Universo do Fibromiálgico

A Abrafibro - Assoc Bras dos Fibromiálgicos traz para você, seus familiares, amigos, simpatizantes e estudantes uma vasta lista de assuntos, todos voltados à Fibromialgia e aos Fibromiálgicos.
A educação sobre a Fibromialgia é parte integrante do tratamento multidisciplinar e interdisciplinar ao paciente. Mas deve se estender aos familiares e amigos.
Conhecendo e desmistificando a Fibromialgia, todos deixarão de lado preconceitos, conceitos errôneos, para darem lugar a ações mais assertivas em diversos aspectos, como:
tratamento, mudança de hábitos, a compreensão de seu próprio corpo. Isso permitirá o gerenciamento dos sintomas, para que não se tornem de difícil do controle.
A Fibromialgia é uma síndrome, é real e uma incógnita para a medicina.
Pelo complexo fato de ser uma síndrome, que engloba uma série de sintomas e outras doenças - comorbidades - dificulta e muito os estudos e o próprio avanço das pesquisas.
Porém, cientistas do mundo inteiro se dedicam ao seu estudo, para melhorar a qualidade de vida daqueles por ela atingidos.
Existem diversos níveis de comprometimento dentro da própria doença. Alguns pacientes são mais refratários que outros, ou seja, seu organismo não reage da mesma forma que a maioria aos tratamentos convencionais.
Sim, atualmente compreendem que a síndrome é "na cabeça", e não "da cabeça". Esta conclusão foi detalhada em exames de imagens, Ressonância Magnética Funcional, que é capaz de mostrar as zonas ativadas do cérebro do paciente fibromiálgico quando estimulado à dor. É muito maior o campo ativado, em comparação ao mesmo estímulo dado a um paciente que não é fibromiálgico. Seu campo é muito menor.
Assim, o estímulo dispara zonas muito maiores no cérebro, é capaz de gerar sensações ainda mais potencialmente dolorosas, entre outros sintomas (vide imagem no alto da página).
Por que isso acontece? Como isso acontece? Como definir a causa? Como interromper este efeito? Como lidar com estes estranhos sintomas? Por que na tenra infância ou adolescência isso pode acontecer? Por que a grande maioria dos fibromiálgicos são mulheres? Por que só uma minoria de homens desenvolvem a síndrome?
Estas e tantas outras questões ainda não possuem respostas. Os tratamentos atuais englobam antidepressivos, potentes analgésicos, fisioterapia, psicoterapia, psiquiatria, e essencialmente (exceto com proibição por ordem médica) a Atividade Física.
Esta é a parte que têm menor adesão pelos pacientes.
É dolorosa no início, é desconfortante, é preciso muito empenho, é preciso acreditar que a fase aguda da dor vai passar, trazendo alívio. Todo paciente precisa de orientação médica e/ou do profissional, que no caso é o Educador Físico. Eles poderão determinar tempo de atividade diária, o que melhor se adequa a sua condição, corrige erros comuns durante a atividade, e não deixar que o paciente force além de seu próprio limite... Tudo é comandado de forma progressiva. Mas é preciso empenho, determinação e adesão.

TRADUTOR

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

HORA DE DORMIR... MAS EU NÃO CONSIGO! O QUE ESTOU FAZENDO DE ERRADO?


TRATAMENTO COGNITIVO-COMPORTAMENTAL (TCC)

 A TCC é universalmente indicada no tratamento do transtorno de insônia aguda, transtorno de
 insônia crônica ou episódica e pode ser realizada individualmente ou em grupo. A TCC traz
resultados positivos em 4 a 8 semanas com melhora da qualidade do sono, redução da latência
do sono, redução do número e duração dos despertares, e do tempo de vigília após o início do sono.
 Cerca de 70% a 80% dos pacientes com transtorno de insônia se beneficiam da TCC e
aproximadamente, 20% a 30% têm redução de sintomas.  
Medidas de higiene de sono
Cerca de 30% dos pacientes com transtorno de insônia apresentam má higiene do sono.
As medidas de higiene de sono isoladamente não são clinicamente eficientes.
As medidas de higiene do sono se dividem em dois sub-tipos: medidas positivas e medidas
 contra-negativas:
Tabela 1– Medidas positivas

Manter horário regular para ir para a cama e para se levantar;
Faça do quarto um ambiente limpo, organizado, silencioso, escuro e propício para relaxar e dormir;
Banho quente duas horas antes do horário de ir para a cama;
Mantenha os pés aquecidos antes e durante o sono (meias);
Ingerir um lanche leve com leite e/ou derivados e carboidrato antes de dormir;
Exercícios físicos, de preferência no período da manhã;
Procurar exposição à luz solar logo após levantar e no final da tarde.
  
Tabela 2 – Medidas contra-negativas

Evite excesso de líquidos no período da noite;
Evite refeições pesadas à noite e próximas do horário de dormir;
Evite cafeína (café, chá, coca-cola, chocolate...) à noite;
Evite bebidas alcoólicas 4 horas antes de ir dormir;
Evitar fumar no mínimo 6 horas antes de dormir;
Evite cochilos longos (> 40 minutos) durante o dia;
Não se alimente, não leia, não trabalhe, não assista TV na cama.

Medidas de Controle de Estímulo
O princípio do controle de estímulo, uma das mais efetivas medidas da TCC, se baseia no fato
de que o ato de dormir não está positivamente associado ao ambiente e ao horário de se deitar.
 O objetivo é associar o quarto e a cama ao rápido início do sono, eliminando associações
negativas como preocupar-se com eventos do dia que passou ou planejar as tarefas do dia
 seguinte. Setenta por cento dos pacientes que apresentam insônia inicial se beneficiam
desta técnica após um ciclo de cinco a dez noites.
Tabela 3 – Medidas de Controle de Estímulo

Vá para a cama quando estiver cansado ou com sono;
Se não conseguir dormir em até 30 minutos, saia da cama, saia do quarto e inicie
 alguma tarefa relaxante como leitura amena, assistir à TV em outro ambiente com pouca luminosidade;
Ficar fora da cama e retornar novamente para dormir só quando sentir-se sonolento
 e com isso irá favorecer a associação da cama com o adormecer rápido;
Repetir o item anterior quantas vezes for necessário durante toda a noite;
Retire TV, relógio e som do quarto de dormir para não controlar o passar do
 tempo;
Tranquilize seus pensamentos (se necessário tenha um diário de anotações,
registre seus pensamentos repetitivos, descarregue-os no papel);
Faça uma lista de lembretes para o dia seguinte quando for necessário e deixe
 em lugar de boa visibilidade;
Não insista em tentar dormir ou não faça força para dormir.

 
Restrição de sono 
O objetivo é consolidar o sono por meio da restrição do tempo que o paciente passa na cama.
 O paciente deve permanecer na cama o número de horas estimado de sono por noite registrado
 pelo diário de sono em uma semana de sua rotina habitual pré-tratamento. Calcula-se quanto
 tempo de sono realmente ocorre devendo permanecer na cama por, no máximo, seis horas e, no mínimo, cinco horas por noite.  A restrição de sono produz privação de sono, aumentando o fator homeostático, que faz o paciente dormir mais rápido, consolida o sono e com isso diminui a tensão, diminui a variabilidade entre as noites e a expectativa antes de dormir. Depois de cerca de sete
a dez dias de restrição de sono, o paciente deve aumentar a quantidade de sono em 15 minutos
 cada noite, desde que durma efetivamente pelo menos 85% do tempo que passa na cama.
Intenção paradoxal
Esta técnica consiste em instruir ao paciente permanecer passivamente acordado na cama
 tentando não dormir e assim reduzindo a ansiedade antecipatória associada ao medo de não
 ser capaz de dormir. Este método é útil para os casos de insônia inicial.   
Técnicas de relaxamento 
Existem diversas técnicas de relaxamento cognitivo e relaxamento somático. Relaxamento
 cognitivo inclui meditação, relaxamento visual com manipulação de imagens, meditação
(zen, ioga, meditação transcendental) e até hipnose. O relaxamento visual consiste em
imaginar uma situação visual agradável associada com o estado de relaxamento substituindo 
assim os pensamentos ruminativos e ansiedade. 
O relaxamento somático inclui técnicas de relaxamento físico como o relaxamento muscular
 progressivo, exercícios respiratórios e a técnica biofeedback.  O relaxamento muscular
 progressivo consiste em tensionar e relaxar os grandes grupos musculares de forma sequencial
 e pode  também ser realizado associadamente ao relaxamento visual. 
O biofeedback é a técnica de relaxamento do tipo somático com uso de equipamento apropriado
 que monitora a tensão muscular, a temperatura cutânea, a frequência cardíaca, a pressão arterial
e a resposta eletrodérmica da pele. O paciente tem informação desses dados e a partir da
observação desses sinais é treinado a controlar suas respostas. 
O relaxamento visual é mais indicado para pacientes com elevados níveis de ruminação. As técnica
de relaxamento muscular progressivo e de imagens devem ser feitas idealmente ao final da tarde progredindo-se para o horário noturno antes de dormir. 
Psicoterapia cognitivo-comportamental
A psicoterapia cognitivo-comportamental é uma modalidade psicoterapêutica que foca nos pensamentos, emoções e comportamentos disfuncionais com um objetivo direto de alterar e
 corrigir essas distorções dentro de um limitado período de tempo.
O objetivo da psicoterapia cognitivo-comportamental é ensinar aos pacientes técnicas de
auto-controle dos níveis de tensão e ativação emocional e cognitiva, baseando-se no fato de
 que o comportamento humano é fruto de aprendizado e pode ser controlado e modificado.
A psicoterapia cognitivo-comportamental lida especificamente com os fatores cognitivos
psicológicos disfuncionais do paciente em relação ao ato de dormir e em relação ao bem-estar
 diurno, principalmente a cognição disfuncional de se fazer força para dormir. Idealmente, são necessárias cerca de 6 a 8 sessões de psicoterapia distribuídas em seis semanas.
Conclusão 
Em resumo, a sociedade industrial moderna enfrenta dois desafios prementes: aumento de
peso e redução do tempo total de sono. 
Privação de sono não é definitivamente um hábito saudável e está relacionada ao aumento da mortalidade e de peso da população geral, devendo ser levado em consideração como um
fator de restrição de qualidade de vida.

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Drugs to treat fibromyalgia just as likely to harm as help, review finds

Drugs to treat fibromyalgia just as likely to harm as help, review finds
Tradução Livre do Google.

Medicamentos para tratar a fibromialgia, assim como susceptíveis de prejudicar a ajuda, reveja Encontra 


20 de fevereiro de 2013 - Entre os pacientes com fibromialgia, tendo   qualquer um dos dois medicamentos comumente prescritos para reduzir a dor, melhora 22 por cento relatório substancial, enquanto 21 por cento tiveram que sair do regime, devido a efeitos colaterais desagradáveis, de acordo com uma nova revisão em The Cochrane Library .

Pessoas com fibromialgia sofrem de dor crônica generalizada, problemas de sono e fadiga. A doença afeta mais de 5 milhões de americanos, 80 por cento dos quais são mulheres. A causa da fibromialgia é desconhecida e, atualmente, não existe cura. Usando uma Qualidade de Vida (QV) escala para a fibromialgia, os estudos revisados ​​relatou avaliações de QV inferiores a 15 em uma escala de 0 a 100, mesmo entre pacientes em uso de medicações. Os dois medicamentos prescritos para tratar fibromalgia são duloxetina, conhecido pelo nome de marca Cymbalta ou milnaciprano, vulgarmente conhecido como Savella.
"Uma discussão franca entre o médico e paciente sobre os potenciais benefícios e riscos de ambas as drogas deve ocorrer", observou os revisores, liderados por Winfried Häuser, MD da Technische Universität München.
Os autores revisaram 10 estudos de alta qualidade com mais de 6.000 adultos que receberam ou duloxetina, milnaciprano, ou um placebo por até seis meses. A grande maioria dos participantes do estudo eram de meia-idade, as mulheres brancas.
"Este é um estudo muito importante", diz Fred Wolfe, MD do Banco de Dados Nacional de Doenças Reumáticas. "Há uma enorme quantidade de publicidade sugerindo que essas drogas realmente ajudam, enquanto que os dados da pesquisa mostram que a melhora é realmente mínima."
O tratamento com drogas sozinho "deve ser desencorajado," os revisores acrescentou. Em vez disso, os autores da revisão recomendam uma abordagem de tratamento multifacetado incluindo medicamentos para aqueles que encontrá-los úteis, exercícios para melhorar a mobilidade e aconselhamento psicológico para melhorar as habilidades de enfrentamento.
"A área médica faz mal com o tratamento da fibromialgia em geral", diz Brian Walitt, MD, MPH, co-autor da revisão e um especialista em síndromes de dor no Washington Hospital Center em Washington, DC Chasing "[a cura] com a medicina não parece trabalho. As pessoas que me parecem fazer o melhor tipo de descobrir isso por conta própria, pensar sobre as coisas, conhecer a si mesmos, e fazer mudanças em suas vidas para acomodar que eles se tornaram, "Walitt conclui.
O único medicamento aprovado para fibromialgia outro tratamento em os EUA são o pregabalina anticonvulsivante, conhecido pelo nome de marca Lyrica. A Biblioteca Cochrane planeja publicar uma revisão de sua eficácia ainda este ano.
Pesquisa neurocientífica intensivo é necessário para revelar as causas da fibromialgia e outras síndromes de dor, dizem os pesquisadores. Enquanto isso, as combinações de vários medicamentos, bem como combinações de tratamentos medicamentosos e não-droga pode oferecer melhor controle dos sintomas para quem sofre.
Fonte: http://www.sciencedaily.com/releases/2013/02/130221104155.htm?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+sciencedaily%2Fhealth_medicine%2Ffibromyalgia+%28ScienceDaily%3A+Health+%26+Medicine+News+--+Fibromyalgia%29

sábado, 16 de fevereiro de 2013

FIBROMIALGIA - Direito a Invalidez


FIBROMIALGIA – Direito ao auxilio doença ou a aposentadoria por invalidez?

Em matéria publicada no JORNAL DO ADVOGADO, n° 305, ano XXXI, abril de 2006, p. 27, sob o título “Fibromialgia, uma doença quase desconhecida”, matéria esta de grande interesse para os advogados que militam na área previdenciária, até porque, atualmente vem crescendo assustadoramente o número de pessoas portadoras desta síndrome, e que chega a impossibilitar a atividade laboral, porém, o INSS, vem cada dia que passa dando pouca importância ao fato e negando benefício de auxilio doença e até mesmo de aposentadoria por invalidez entendendo que referida doença não é causa para referidos benefícios.

O Jornal do Advogado entrevistou a médica fisiatra Dra. Linamara Rizzo Battistella, diretora-executiva da Divisão de Medicina de Reabilitação do Hospital das Clínicas de Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo ( FMUSP), onde afirmou que:

“Trata-se de uma síndrome dolorosa crônica que afeta pelo menos 11 pontos do corpo”

Segundo os especialistas, o que caracteriza a fibromialgia é principalmente a dor no aparelho locomotor: membros e coluna. Mas são comuns também alterações do sono, fadiga, dificuldade de concentração, depressão e ansiedade, alterações no ciclo menstrual, formigamento nas mãos e dores de cabeça.

Segundo a Dra. Linamara, a doença é causada por um descontrole na produção de substâncias analgésicas pelo próprio organismo, como a serotonina, hormônio que alivia a dor.

Segundo ainda a especialista, não há cura para a fibromialgia, mas pode haver considerável melhora dos sintomas.

Ora, se a síndrome causa dor crônica, e este se localiza no aparelho locomotor, de tal forma a impedir o desempenho da atividade laboral, não só pela dor, mas pelo tratamento a ser realizado (embora não haja cura definitiva por enquanto, mas atenua a dor), o benefício de auxilio doença é de ser concedido, e dependendo do estagio da doença, associado com a atividade exercida e a idade é de ser concedido a aposentadoria por invalidez definitiva. Resta ainda saber se a doença pode ser relacionada como aquelas adquiridas no trabalho, e neste caso o direito passa a ser a de aposentadoria por invalidez acidentária.

Certo é que o INSS fecha os olhos para mais esta realidade, negando o benefício de incapacidade ainda que parcial, para os segurados acometidos de fibromialgia. Portanto, resta o caminho do Judiciário para por cobro a mais este descaso do INSS, que com certeza o segurado portador de fibromialgia ao passar pela perícia médica judicial terá o seu benefício garantido.
 
Autor: Dr. Albino Ribas de Andrade

A Fibromialgia na cama


A Fibromialgia na cama
Dra. Luciana Nobile
Mais um pouco sobre a fibromialgia

A intensidade dos sintomas na fibromialgia, ou simplesmente "fibro" , como chamada popularmente, varia de acordo com a gravidade do quadro, tendo uma clínica distinta para cada paciente portadora dessa síndrome tão perversa, ainda de causas desconhecidas. Modifica-se também no decorrer da vida, tendo-se a sensação de que piora com a idade. (veja: Fibromialgia: essa desconfortável doença da mulher - Edição Nº 00 Junho 2004)

As pessoas afetadas pela fibro, em geral mulheres, pensam o tempo todo sobre o que potencialmente possa abrandar ou agravar os desconfortos da doença, numa busca incessante sobre pistas que permitam conseguir uma melhor qualidade de vida. Mas em geral, muito pouco se sabe sobre os fatores desencadeantes e aqueles que promovem algum alívio.

A atividade física regular, sem trauma e sem extenuação, com alongamento sistemático e cuidadoso, parece ser uma grande contribuição ao seu tratamento.

A natação parece ser o ideal, porém, em água aquecida pelo menos em 30ºC, para permitir um bom relaxamento muscular e, por não se tratar de uma atividade esportiva coletiva, minimiza os riscos de contusões, já que em qualquer lesão, na fibro, a dor é sempre maximizada.

Outras atividades na água, como a hidroginástica ou a hidroterapia, também em piscina bem morninha, são bastante proveitosas para a fibromiálgica. Agora, fujam da água fria como o diabo foge da cruz, porque provoca contratura muscular e é importante fator desencadeante de "crise" dolorosa, que pode se arrastar por dias.

A fibromialgia é um quadro só de dor?

Algumas pessoas pensam que a fibromialgia restringe-se ao sintoma doloroso, o que não é verdade. Inclui outros comemorativos, igualmente desagradáveis ou penosos, tais como a insônia e episódios de cansaço que, por sua vez, podem interferir no humor da paciente.

O difícil é que a portadora de fibro aprenda a se permitir repousar quando o corpo pede, com uma descansada fora de hora, quando sente que está no limite.

A dor em si é de descrição complexa, difícil de ser definida. Parece uma boa analogia, aquela dor no corpo que surge quando da febre elevada, porém com o corpo em temperatura normal e sem prazo para ceder.

Quanto às implicações da fibro no sono e na cama propriamente dita, tenho uma interpretação pessoal e vou tentar apresentá-la sem grandes elucubrações teóricas.

A cama da fibromiálgica

A doença, que atinge mais as mulheres do que os homens, se caracteriza por noites mal dormidas. A pessoa acorda muito à noite, muda de posição várias vezes, e está sempre procurando se acomodar.

Sem que perceba, começa a aumentar a quantidade de travesseiros. As cobertas, cobertores, travesseiros ou almofadas, servem de apoio, para manter os membros "grudados" na cama, que tem que ser cada vez maior, para permitir apoios de todo lado.

Ao deitar, parece que os músculos não relaxam, não cedem, impedindo um bom relaxamento e uma boa noite de sono.

A sensação é de que a cama não segura a pessoa, não a retém, sendo freqüente a sensação de que vai escorregar. Uma mesma posição, que inicialmente parecia muito aconchegante, começa a impor algum desconforto ou dor, exigindo a freqüente mudança de decúbito.

Dessa maneira, a cama ideal para a portadora de fibro, deveria ser um grande berço, com as grades almofadadas e com apoio nos pés. Travesseiros e edredons macios, comoaqueles europeus de plumas de ganso. Lençóis e edredons sempre de algodão, porque tecidos sintéticos deslizam, não colaboram para dar a agradável sensação de estar "amarrada à cama".

Num primeiro momento, parece que acorda para ir urinar.

Como a fibro é doença que evolui insidiosamente, com piora gradual, é freqüente que a sua portadora nem dê conta das dificuldades para dormir.

Vai se adaptando a uma nova realidade insone, sem perceber que o seu ritmo de sono esteja prejudicado. Pouco a pouco o distúrbio do sono pode afetar o seu humor, determinando maior labilidade e prejuízo em suas relações. Sair da cama de manhã pode ser penoso.

O sexo na fibromialgia

E fazer amor, relacionar-se sexualmente, como é na fibro?

Deixando de lado a questão sobre a disposição para o sexo, o desejo, o efeito memória de eventual dissabor, o cansaço e a dor, e tantas outras variáveis que podem interferir na sexualidade da portadora de fibro, é interessante considerar o exercício em si da sexualidade.

Lembrando as fases do sexo, temos o desejo/excitação, platô, orgasmo e relaxamento. No platô e, principalmente no orgasmo, ocorre uma grande contratura muscular, involuntária. Inconscientemente, ou mesmo pelo efeito memória das conseqüências da contração muscular, nos períodos em que a fibromialgia está com sintomas mais exuberantes, evita-se ou encurta-se o orgasmo, podendo não senti-lo em todo o seu vigor, com todo o prazer em potencial.

Se o sexo é solitário, o enrosco é menor. Porém, quando no sexo compartilhado, a cumplicidade do(a) parceiro(a) é essencial.

Como já apresentei na matéria anterior sobre a fibromialgia, essa doença não mostra sinais externos, não existe uma padronização de exame que confirme a sua presença e, mesmo entre profissionais da saúde, existe um certo preconceito, de que a doença não existe, que é apenas mais um chilique de mulher.

Fatores extrínsecos, principalmente o estresse físico e o emocional, são fatores desencadeantes de períodos piores na vida da fibromiálgica. Porém, a doença existe de fato e não se trata de ilusionismo.

Dra. Luciana Nobile 
E-mail: luciananobile@brevesdesaude.com.br

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

5 Dicas para pacientes evitarem diagnósticos incorretos


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5 Dicas para pacientes evitarem diagnósticos incorretos


5 Dicas para pacientes evitarem diagnósticos incorretos

Encontrei essas dicas em um fórum americano na internet. Achei interessante trazer aqui para sabermos como estão orientando os pacientes a evitarem erros e diminuírem as chances de ficar pulando de profissional para profissional. Vale a pena conferir e, talvez, pontuar evidencias desse tipo de prática por nossos pacientes e usar algumas delas a favor de um diagnóstico mais preciso e acurado.
1) Conheça o histórico da sua família – e lembre seu médico disso: Não assuma que seu médico lembre daquela vez que você disse a ele que duas tias morreram de câncer de mama, ou que seu avô e seu pai tem histórico de malformação cerebrovascular. Estudos demonstram que o histórico familiar pode ser um melhor preditor de doença que testes genéticos. Descubra sobre sobre o histórico familiar, escreva, e assegure-se de que seu médico saiba disso – especialmente se você está doente e ele [o médico] está tentando definir o que está errado .
Sobre este tópico leia AQUI sobre um portal do SUS que deixa gravado o histórico médico do paciente.
2) Pergunte: um médico típico vê aproximadamente 40 pacientes por dia, gastando 15 minutos ou menos com cada um. É muito comum ser referenciado a um especialista e começar o tratamento sem ter todas as suas questões respondidas. Nem sempre perguntar pode fazer você se sentir mais confortável – isso pode “atrapalhar” o raciocínio clínico. Sobre o assunto, o Dr. Jerome Groopman( um dos mais famosos pesquisadores em raciocínio clínico do mundo) fala:
“Médicos desesperadamente precisam de pacientes, familiares e amigos para ajudá-los a pensar. Sem a ajuda deles, médicos podem não enxergar a pista sobre o que está realmente errado. Eu aprendi isso, não como médico, mas quando me tornei um paciente” – Dr. Jerome Groopman
3. Não acredite que o Doutor Google irá te salvar: a melhor tecnologia existente está disponível nos dias de hoje, Alias, sempre esteve disponível. Estudos mostram que o melhor meio de se obter um diagnóstico correto é ter um médico que junte as peças da sua doença, com seu histórico familiar , com exames tradicionais e de baixa tecnologia (baratos). Se eu tivesse que escolher entre fazer um teste altamente tecnológico e um teste que o médico ficaria uma hora conversando comigo, pensando no meu caso, e juntando todas as peças, eu escolheria o médico.
4. Nem sempre confie nos exames de laboratório: alguns testes, como a revisão da biópsia, podem estar errados em até 40% das vezes. Por que? Porque interpretar esses exames é questão de julgamento e experiencia.
Há um número muito grande de doenças que podem parecer outras doenças. É aí que o julgamento clínico e a experiencia são essenciais. Médicos veem os resultados como se tivessem vindo diretamente de Deus. Mas apenas porque um teste te da a resposta de sim ou não, não significa que ele está certo. - s Dr. Lisa Sanders, Colunista do New York Times
5. Vá atras de uma segunda opinião: Mas, não a qualquer segunda opinião. Você precisa que o novo médico olhe seu caso desde o começo. Ele deve ouvir você falar de seus sintomas a partir das suas próprias palavras; ele precisa pensar no seu caso sem nunca ter sido influenciado pelas conclusões do seu médico original. Não diga ” eu fui ao Dr. “X” e ele disse que eu tenho meningite e preciso do tratamento “Y”, o que você acha?” A invés disso, fale sobre seu histórico familiar, os exames que você já fez, e o ajude a tirar as própria conclusões sobre o que está de errado contigo
Acredito que essas dicas para os pacientes possam nos ajudar muito na nossa prática clínica diária. São preciosidades que podem melhorar nosso raciocínio clínico e proporcionar uma maior resolutividade para nossos pacientes.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

INSS - NÃO PASSOU NA PRIMEIRA PERÍCIA? AGORA MUDA TUDO!!!


5fevereiro2013
AUXÍLIO-DOENÇA

INSS muda regras para agendamento de nova perícia

O INSS mudou as regras para o agendamento de perícias médicas em pedidos de concessão de  auxílio-doença. De acordo com as informações do jornal Agora São Paulo, quem tiver o pedido de do benefício negado pelo período deverá aguardar 30 dias para agendar um novo exame.
Segundo Verusa Guedes, diretora de saúde do trabalhador do INSS, o objetivo da medida é acelerar o atendimento dos segurados que ainda não foram examinados.
O segurado que não concordar com o resultado do exame poderá solicitar uma nova avaliação da perícia desde que apresente um fato novo — como, por exemplo, complicações relacionadas ao problema de saúde, outros exames ou comprovantes da doença.
A nova regra também determina que, a partir de agora, o exame de reconsideração poderá ser feito pelo mesmo médico da perícia inicial — o que era vetado.
De acordo com Verusa Guedes, em 2012, dos 7,3 milhões de perícias médicas realizadas no Brasil, 23% eram repetições de segurados que passaram por uma primeira perícia e agendaram um novo exame.
Revista Consultor Jurídico, 5 de fevereiro de 2013


domingo, 3 de fevereiro de 2013

Os pesquisadores identificam biomarcadores associados à gravidade da síndrome da fadiga crônica

José Montoya e seus colegas descobriram que a inflamação da evidência pode ser o culpado por trás da síndrome da fadiga crônica, uma doença sem cura conhecida. 
Steve Fisch
Pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Stanford ligaram a síndrome de fadiga crônica a variações em 17 proteínas de sinalização do sistema imune, ou citocinas, cujas concentrações no sangue se correlacionam com a gravidade da doença.
Os resultados fornecem evidências de que a inflamação é um poderoso condutor desta condição misteriosa, cujos fundamentos escaparam dos pesquisadores há 35 anos.
Os achados, descritos em um estudo publicado on-line em 31 de julho no Processo da Academia Nacional de Ciências , poderiam levar a uma maior compreensão desta condição e ser utilizados para melhorar o diagnóstico e o tratamento da doença, o que foi particularmente difícil.
Mais de 1 milhão de pessoas nos Estados Unidos sofrem de síndrome de fadiga crônica, também conhecida como encefalomielite miálgica e designada pela sigla EM /SFC. É uma doença sem cura conhecida ou mesmo tratamentos eficazes de forma confiável. Três de cada quatro pacientes com EM/SFC são mulheres, por razões que não são compreendidas. Caracteristicamente surge em duas grandes ondas: entre adolescentes entre 15 e 20 anos e em adultos entre 30 e 35. A condição normalmente persiste por décadas.
"A síndrome da fadiga crônica pode transformar uma vida de atividade produtiva em uma dependência e desolação", disse José Montoya , professor de doenças infecciosas, que é o principal autor do estudo. Algumas recuperações espontâneas ocorrem durante o primeiro ano, disse ele, mas raramente após a condição persistiu mais de cinco anos.
O autor principal do estudo é Mark Davis , PhD, professor de imunologia e microbiologia e diretor do Instituto Stanford para Imunidade, Transplante e Infecção .

"Base sólida para um exame de sangue diagnóstico"

"Houve uma grande controvérsia e confusão em torno de EM/SFC - mesmo se é uma doença real", disse Davis. "Nossos resultados mostram claramente que é uma doença inflamatória e fornecem uma base sólida para um exame de sangue diagnóstico". 
Muitos, mas não todos, os pacientes com EM/SFC experimentam sintomas similares a flocos em doenças inflamadas, disse Montoya. Mas porque seus sintomas são tão difusos - às vezes se manifestam como problemas cardíacos, às vezes como deficiência mental apelidada de "neblina cerebral", outras vezes como indigestão, diarréia, constipação, dor muscular, linfonodos sensíveis e assim por diante - muitas vezes não é diagnosticada, mesmo entre Pacientes que visitaram uma meia dúzia ou mais especialistas diferentes em um esforço para determinar o que há de errado com eles.
Mark Davis
Mark Davis
Montoya, que supervisiona aIniciativa Stanford ME / CFS , encontrou seu primeiro paciente EM /SFC  em 2004, uma experiência que ele disse que nunca esqueceu.
 "Eu vi os horrores desta doença, multiplicada por centenas de pacientes", disse ele. "Tem sido observado e falado há 35 anos, às vezes com o ônus de ser descrito como condição psicológica. Mas a síndrome da fadiga crônica não é, de modo algum, uma invenção da imaginação. Isso é real."
Antivirais, antiinflamatórios e fármacos imunomoduladores levaram a melhora sintomática em alguns casos, disse Montoya. Mas nenhum agente patogênico único que pode ser digitado como o principal gatilho EM / SFC ainda foi isolado, enquanto os esforços anteriores para identificar anormalidades imunológicas por trás da doença encontraram resultados conflitantes e confusos.
Ainda assim, a eficácia esporádica de drogas antivirais e antiinflamatórias estimulou Montoya a realizar um estudo sistemático para ver se a inflamação que foi uma vontade-o'-the-wisp nessas buscas anteriores poderia ser definitivamente fixada.
Para atacar esse problema, ele convocou Davis, que ajudou a criar o Human Immune Monitoring Center . Desde a sua criação há uma década, o centro serviu de motor para análises imunológicas de larga escala e intensivos em dados de amostras de sangue e tecido humano. Dirigido pelo co-autor do estudo, Holden Maecker , PhD, professor de microbiologia e imunologia, o centro está equipado para avaliar rapidamente as variações genéticas e os níveis de atividade, freqüências de numerosos tipos de células imunes, concentrações sanguíneas de escores de proteínas imunes, estados de ativação de células intercelulares Modelos de sinalização e mais em grande escala.

Encontrar padrões

Esta abordagem é semelhante a ser capaz de procurar e encontrar padrões maiores - análogos a palavras ou frases completas - para localizar um parágrafo desejado em um longo manuscrito, ao invés de apenas tentar localizá-lo contando o número de vezes em que o A letra A aparece em todos os parágrafos.
Os cientistas analisaram amostras de sangue de 192 dos pacientes de Montoya, bem como de 392 indivíduos de controle saudáveis. A idade média dos pacientes e controles foi de cerca de 50. A duração média dos sintomas dos pacientes foi um pouco mais de 10 anos.
Importante, o desenho do estudo levou em consideração a gravidade e a duração da doença dos pacientes. Os cientistas descobriram que alguns níveis de citoquinas eram menores em pacientes com formas leves de EM/ SFC do que nos indivíduos controle, mas elevadas em pacientes com EM /SFC com manifestações relativamente graves. Avaliar os resultados para pacientes versus controles em relação a essas medidas teria obscurecido esse fenômeno, o que Montoya disse achar que pode refletir diferentes predisposições genéticas, entre os pacientes, para progredir para doença leve versus grave.
Eu vi os horrores desta doença, multiplicada por centenas de pacientes.
Ao comparar pacientes versus indivíduos controle, os pesquisadores descobriram que apenas duas das 51 citocinas que mediram eram diferentes. O factor de crescimento tumoral beta foi maior e a resistência foi menor em pacientes com ME / CFS. No entanto, os investigadores descobriram que as concentrações de 17 das citocinas rastreavam a gravidade da doença. Treze dessas 17 citocinas são pró-inflamatórias.
O TGF-beta é frequentemente considerado como uma citocina anti-inflamatória e não pró-inflamatória. Mas é sabido assumir um caráter pró-inflamatório em alguns casos, incluindo certos tipos de câncer. Os pacientes com ME / CFS têm uma incidência de linfoma maior do que a normal, e Montoya especulou que a elevação do TGF-beta em pacientes com ME / CFS poderia se tornar um link.
Uma das citocinas cujos níveis correspondem à gravidade da doença, a leptina, é secretada pelo tecido adiposo.Mais conhecido como um repórter de saciedade que diz ao cérebro quando o estômago de alguém está cheio, a leptina também é uma substância pro-inflamatória ativa. Geralmente, a leptina é mais abundante no sangue das mulheres do que nos homens, o que poderia iluminar porque mais mulheres do que homens têm EM/ SFC.
De um modo mais geral, os resultados do estudo possuem implicações para o projeto de futuros estudos de doenças, incluindo testes clínicos que avaliam o potencial das drogas imunomoduladoras como terapias EM/SFC
"Por décadas, o design de estudo" caso versus controle saudável "serviu bem para avançar nossa compreensão de muitas doenças", disse Montoya. "No entanto, é possível que, para certas patologias nos seres humanos, a análise por gravidade ou duração da doença provavelmente proporcionará mais informações".
Outros co-autores de Stanford do estudo são a coordenadora de pesquisa clínica Jill Anderson; Tyson Holmes, PhD, engenheiro sênior de pesquisa no Instituto de Imunidade, Transplante e Infecção; Yael Rosenberg-Hasson, PhD, imunoensaio e diretor técnico do instituto; Cristina Tato, PhD, MPH, analista de pesquisa e ciência no instituto; Antigo coordenador de estudo Ian Valencia; E Lily Chu, MSHS, membro do conselho da Iniciativa ME / CFS da Universidade de Stanford.
O estudo foi financiado pelos Institutos Nacionais de Saúde (subvenção U19AI057229), pelo Fundo da Iniciativa ME / CFS de Stanford e por um doador anônimo.
Os departamentos de medicina e demicrobiologia e imunologia de Stanfordtambém apoiaram o trabalho.    


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