Seja Bem Vindo ao Universo do Fibromiálgico

A Abrafibro - Assoc Bras dos Fibromiálgicos traz para você, seus familiares, amigos, simpatizantes e estudantes uma vasta lista de assuntos, todos voltados à Fibromialgia e aos Fibromiálgicos.
A educação sobre a Fibromialgia é parte integrante do tratamento multidisciplinar e interdisciplinar ao paciente. Mas deve se estender aos familiares e amigos.
Conhecendo e desmistificando a Fibromialgia, todos deixarão de lado preconceitos, conceitos errôneos, para darem lugar a ações mais assertivas em diversos aspectos, como:
tratamento, mudança de hábitos, a compreensão de seu próprio corpo. Isso permitirá o gerenciamento dos sintomas, para que não se tornem de difícil do controle.
A Fibromialgia é uma síndrome, é real e uma incógnita para a medicina.
Pelo complexo fato de ser uma síndrome, que engloba uma série de sintomas e outras doenças - comorbidades - dificulta e muito os estudos e o próprio avanço das pesquisas.
Porém, cientistas do mundo inteiro se dedicam ao seu estudo, para melhorar a qualidade de vida daqueles por ela atingidos.
Existem diversos níveis de comprometimento dentro da própria doença. Alguns pacientes são mais refratários que outros, ou seja, seu organismo não reage da mesma forma que a maioria aos tratamentos convencionais.
Sim, atualmente compreendem que a síndrome é "na cabeça", e não "da cabeça". Esta conclusão foi detalhada em exames de imagens, Ressonância Magnética Funcional, que é capaz de mostrar as zonas ativadas do cérebro do paciente fibromiálgico quando estimulado à dor. É muito maior o campo ativado, em comparação ao mesmo estímulo dado a um paciente que não é fibromiálgico. Seu campo é muito menor.
Assim, o estímulo dispara zonas muito maiores no cérebro, é capaz de gerar sensações ainda mais potencialmente dolorosas, entre outros sintomas (vide imagem no alto da página).
Por que isso acontece? Como isso acontece? Como definir a causa? Como interromper este efeito? Como lidar com estes estranhos sintomas? Por que na tenra infância ou adolescência isso pode acontecer? Por que a grande maioria dos fibromiálgicos são mulheres? Por que só uma minoria de homens desenvolvem a síndrome?
Estas e tantas outras questões ainda não possuem respostas. Os tratamentos atuais englobam antidepressivos, potentes analgésicos, fisioterapia, psicoterapia, psiquiatria, e essencialmente (exceto com proibição por ordem médica) a Atividade Física.
Esta é a parte que têm menor adesão pelos pacientes.
É dolorosa no início, é desconfortante, é preciso muito empenho, é preciso acreditar que a fase aguda da dor vai passar, trazendo alívio. Todo paciente precisa de orientação médica e/ou do profissional, que no caso é o Educador Físico. Eles poderão determinar tempo de atividade diária, o que melhor se adequa a sua condição, corrige erros comuns durante a atividade, e não deixar que o paciente force além de seu próprio limite... Tudo é comandado de forma progressiva. Mas é preciso empenho, determinação e adesão.

TRADUTOR

domingo, 27 de setembro de 2015

#EUSOUFIBROMIÁLGICO A NOVA HASTAG QUE VOCÊ PRECISA USAR!

Estamos criando a partir de hoje, a  ‪#‎EUSOUFIBROMIÁLGICO‬  para falar sobre as dificuldades de tratamentos, de encontrar médicos especializados e humanizados, pela criação Centros de Atendimento aos Pacientes com Doenças Reumáticas nas capitais (pelo menos), de informações sérias e corretas à sociedade sobre a FIBROMIALGIA, de medicamentos de ponta na Lista do SUS a serem fornecidos gratuitamente aos fibromiálgicos diagnosticados, por perícias no INSS conforme determina o próprio órgão em suas Diretrizes, pelo direito à Aposentadoria por Invalidez aos pacientes mais resistentes aos tratamentos convencionais, pela inclusão dos Fibromiálgicos em políticas sociais nas Três Esferas do Governo, pelo Dia Nacional de Conscientização e Enfrentamento à Fibromialgia - 12 de Maio, por respeito e dignidade, chega de invisibilidade.


Assim todas as vezes que você tiver algo a acrescentar, a sugerir, a reclamar, ou se quiser participar deste Movimento... tudo que escrever ... TUDO... no final escreva como está escrito acima... #EUSOUFIBROMIÁLGICO  (tudo junto, LETRAS MAIÚSCULAS, e a palavra FIBROMIÁLGICO tem acento agudo no A) Se você escrever errado, não será direcionado para o texto original (o que está acima).
O SUCESSO DESTA CAMPANHA DEPENDE SÓ DE VOCÊ.
  O mesmo vamos fazer no Instagram, Google + e Youtube.



Você não sabe o que é uma Hastag?
Tags são palavras-chave (relevantes) ou termos associados a uma informação, tópico ou discussão que se deseja indexar de forma explícita no aplicativo Twitter, e também adicionado ao Facebook, Google+ e/ou Instagram.
Hashtags são compostos pela palavra-chave do assunto antecedida pelo símbolo cerquilha (#). As hashtags viram hiperlinks dentro da rede, indexáveis pelos mecanismos de busca. Sendo assim, outros usuários podem clicar nas hashtags ou buscá-las em mecanismos como o Google, para ter acesso a todos que participaram da discussão. As hashtags mais usadas no Twitter ficam agrupadas no menu Trending Topics, encontrado na barra lateral do microblog.
Por exemplo, quando um utilizador partilha algo com a hashtag #EUSOUFIBROMIÁLGICO permite que os utilizadores dessa rede social ao pesquisarem pela hashtag #EUSOUFIBROMIÁLGICO encontrem esse conteúdo. As hashtags devem ser curtas, isoladas e descrever a publicação da melhor forma possível.



8 dicas para ajudar um doente com fibromialgia no dia-a-dia (*Portugal! Porém, válida em qualquer parte do mundo fibromiálgico)

Namorado a dar apoio
Muitas vezes descrita como a “doença invisível”, um doente com fibromialgia pode parecer bem, mas na realidade sofre com dores musculares e articulares acentuadas, assim como a fadiga constante, dores de cabeça crónicas, ansiedade e depressão. Se vive ou lida diariamente com um doente com fibromialgia, saiba como atenuar o seu sofrimento, proporcionando-lhe uma maior e melhor qualidade de vida.
  1. Informe-se. Uma das melhores formas de apoiar um doente com fibromialgia (ou qualquer outra doença) é informar-se acerca da mesma. Pesquise tudo o que puder sobre a fibromialgia para poder perceber quais os sintomas que afetam e fazem sofrer o doente – tenha a verdadeira consciência acerca daquilo com que está ou vai lidar diariamente. Desta forma, será mais fácil compreender, lidar com e apoiar o doente, assim como fazer o respectivo acompanhamento médico.
  2. Tarefas diárias. As dores corporais e a fadiga incapacitante que caracteriza a fibromialgia são as grandes responsáveis por dificultar o quotidiano de quem sofre desta doença. Uma das formas de ajudar é através do apoio físico, ou seja, a execução de tarefas domésticas que precisam de ser feitas, caso da limpeza da casa; fazer as compras de supermercado; limpar e regar o jardim; fazer o jantar; arrumar a cozinha; lavar, estender e passar roupa a ferro; lavar e aspirar o carro; entre muitas outras tarefas. O doente com fibromialgia vai certamente agradecer.
  3. Saiba comunicar. A fibromialgia é conhecida como a “doença invisível” porque embora o doente aparente estar bem, na realidade pode estar em grande sofrimento. Se vive com ou cuida diariamente de uma pessoa com fibromialgia, é crucial que comunique abertamente com ela – só assim saberá como é que se está a sentir, se quer sair, se precisa de descansar, se necessita que trate de algum assunto por ela. Aprenda a comunicar com um doente com fibromialgia, sabendo o que deve e não deve dizer.
  4. Seja flexível. A fibromialgia é uma doença caracterizada por “crises”, ou seja, uma pessoa que viva com esta doença pode sentir-se muito bem num dia e no dia seguinte não conseguir sair de casa. Esteja preparado para enfrentar e lidar com a imprevisibilidade da doença, uma vez que esta pode pôr em causa rotinas diárias, viagens, fins de semana a passear ou outros planos especiais.  
  5. Incentivo para o exercício físico. Quem sofre de fibromialgia pode querer fazer tudo menos praticar exercício físico, no entanto, esta é uma atividade que deve incentivar o doente a fazer. Vários estudos já revelaram que a prática regular de exercício físico de baixa intensidade traz inúmeros benefícios para quem sofre de fibromialgia: diminui a dor e a rigidez, alivia o stress e a ansiedade, melhora os padrões de sono e pode precaver contra a ocorrência de crises constantes. A melhor forma de motivar um doente com fibromialgia a mexer-se é fazer-lhe companhia: deem caminhadas ou passeios de bicicleta juntos; façam meditação; inscrevam-se numa aula de ioga, pilates ou hidroginástica.
  6. Tempo de qualidade sozinho. Ser diagnosticado com fibromialgia vai virar do avesso a vida de qualquer pessoa, mas isso não significa que o doente tenha de colocar a sua vida em standby(a espera). Parte do tratamento desta doença deve consistir em assegurar que o doente com fibromialgia tenha, diariamente, tempo de qualidade sozinho para se poder dedicar àquelas pequenas coisas como tomar um banho de imersão, ler, ouvir música, pintar ou fazer jardinagem – até para a pessoa não sentir que a doença está a tomar conta da sua vida por completo. Faça o que puder, para que a pessoa consiga este tempo, ou seja, liberte-lhe de alguma tarefa, faça de babysitter(babá) durante algumas horas ou um fim de semana inteiro, ofereça-lhe um tratamento spa. São pequenas coisas que, no âmbito da fibromialgia, podem fazer uma grande diferença: reduzir os níveis de stress, aumentar os níveis de energia e viver uma vida mais equilibrada.
  7. Assegure que o seu quarto seja um refúgio. Se existe alguma coisa da qual um doente com fibromialgia não pode abdicar é de uma boa noite de sono, todas as noites. Dormir bem é fundamental para dissipar a fadiga incapacitante que infelizmente caracteriza a fibromialgia e assegurar que a pessoa acorde com energia para enfrentar um novo dia sem crises. Nesse sentido, se cuida de um doente com fibromialgia, é crucial que o seu quarto seja um refúgio zen: escuro, fresco, tranquilo e sem distrações (televisão, rádio, computador, equipamento de exercício…), o quarto deve ser exclusivamente utilizado para dormir.
  8. Grupo de apoio. Não há nada como conversar com alguém que perceba exatamente aquilo que sentimos e pelo qual estamos a passar – isto também se aplica, naturalmente, à fibromialgia. Motive o doente com quem vive ou de quem cuida, a participar num grupo de apoio à fibromialgia que pode ser presencial ou virtual: o importante é que tenha acesso a essa comunidade, onde vai encontrar apoio emocional, dicas úteis e um lugar para desabafar. 
Fonte: http://cuidamos.com/artigos/8-dicas-para-ajudar-doente-com-fibromialgia-dia-dia

Funcionários do INSS podem voltar a trabalhar no começo da semana


Edição do dia 25/09/2015
25/09/2015 20h41 - Atualizado em 25/09/2015 20h41

JORNAL NACIONAL

Após quase 2 meses e meio, governo e servidores negociam fim da greve.
Mais de 20 sindicatos já aceitaram a proposta de reajuste salarial.


Uma boa notícia para milhares de brasileiros que passaram os últimos meses a espera de um atendimento em um posto do INSS: os funcionários podem voltar a trabalhar já no começo da semana que vem. Sindicatos de todo o país aceitaram a proposta do governo para acabar com a greve.
Muita gente procurou uma agência do INSS em Brasília: mais uma decepção, até para quem tinha hora marcada. As agências continuam fechadas pelo menos até quarta-feira (30). “Tem que ligar novamente no 135 pra poder reagendar”, conta um homem.
A greve na maioria dos estados completou 80 dias nessa sexta-feira (25). A Federação Nacional dos Servidores da Previdência disse que o INSS deixou de pagar R$ 15 milhões de benefícios durante esse tempo. O Sindicato dos Servidores do Maranhão calcula que, para colocar o serviço em dia, vai ser preciso um ano.
O comando de greve informou que deve assinar o acordo com o governo na terça-feira (29).  Sindicatos dos 26 estados e do Distrito Federal aprovaram em assembleias um reajuste de 10,8% em duas parcelas. Os grevistas vão ter que fazer mutirões para reduzir o trabalho acumulado.
"É uma das condições para que seja feito o acordo de que tenha essa reposição o mais rápido possível. As pessoas, antes de irem até uma agência do INSS, devem ligar no telefone 135, que funciona das 7h às 22h, para saber as condições daquela agência, se ela já retornou o atendimento ou ainda não”, diz a presidente do INSS, Elisete Berchiol da Silva Iwai.
Mas ainda não há solução à vista para quem depende da perícia do INSS. A vigilante Érica Pimentel quebrou o pé em julho, mas só pode receber o auxílio-doença depois de passar por exame médico. Os peritos entraram em greve no dia 4 de setembro e ainda negociam aumento salarial. “Tem gente sendo remarcado para janeiro de 2016. Eu, pelo menos, ainda tenho meu marido. E quem não tem ninguém pra que possa pagar um aluguel, pra que possa dar uma alimentação pros seus filhos? Fica à mingua, passa fome, passa necessidade”, afirma.

Fonte: http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2015/09/funcionarios-do-inss-podem-voltar-trabalhar-no-comeco-da-semana.html

INSS vai prorrogar o pagamento de auxílio-doença

10 de setembro de 2015 às 12h06

Paralisação já dura 65 dias. Segurado do INSS deve ligar no telefone 135 e fazer o pedido de prorrogação antes da data prevista para o fim do benefício previdenciário

Da Reportagem
 
O pagamento dos auxílios doença e acidentário será prorrogado pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) durante a greve dos servidores, que entra hoje no 65º dia, e dos médicos peritos, que começou na última sexta-feira.
Para obter essa prorrogação, o segurado que precisa solicitar a renovação do benefício pela internet ou pelo telefone 135(ligação grátis), que será orientado pelo INSS sobre os procedimentos que terá que adotar para que seu benefício seja renovado sem necessidade de se passar pela perícia médica.
Segurado que já está afastado recebendo auxílio-doença ou auxílio-acidente e cuja perícia já se encontre agendada para os próximos dias, deve também ligar para o INSS pelo telefone 135, para ser orientado.
O INSS paga 26.985 benefícios de auxílio-doença e auxílio-acidente na região.
A Previdência Social informa que a Central de Atendimento 135 está à disposição para informar a situação do atendimento nas agências, adotar providências de reagendamento dos serviços e para orientar os cidadãos.

A greve não interrompeu funcionamento do posto do INSS de Santos (Foto: Matheus Tagé/DL)
A greve não interrompeu funcionamento do posto do INSS de Santos/SP (Foto: Matheus Tagé/DL)
Para se evitar qualquer prejuízo financeiro aos segurados, o INSS considera, no momento da concessão do benefício, a data originalmente agendada como a data de entrada do requerimento.

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terça-feira, 22 de setembro de 2015

FIBROMIALGIA PARA OS BRASILEIROS NO JAPÃO

Vamos dar uma atenção especial, aos brasileiros que seguem nosso blog... Sim, nas pesquisas vocês estão presentes. 
A matéria foi escrita pela Médica Elza S.M.Nakahagi do SABJA-Disque-Saúde do Conselho de Cidadãos do Consulado Geral do Brasil em Nagoia. Autora dos dicionários e aplicativos de Termos Médicos e Odontológicos. (SABJA-Disque-Saúde, tel: 080-4083-1096, 050-6864-6600). 
10 / 08 / 2015

O que é e como tratar a Fibromialgia

 A fibromialgia (em japonês, SEN IKINTSUUSHOU) é um estado de saúde complexo com dores musculares difusas por mais de 3 meses, associadas a outros sintomas secundários como fadiga, distúrbio de sono (dificuldade de dormir, agitação, e acordar com frequência), rigidez matinal, dormência, mal funcionamento intestinal, sensação de edema (inchaço) subjetivo, distúrbios cognitivos, problemas de memória e concentração, e dor em pontos específicos sob pressão.

A fibromialgia é classificada como sendo um dos tipos de reumatismo extra-articular, isto é, não acomete articulações, afetando apenas as partes “moles” sem inflamação. Acomete cerca de 2% a 4% da população adulta nos países ocidentais, 5 a 9 vezes mais as mulheres do que os homens, principalmente entre 20 e 50 anos.

Entre as causas são citadas as anormalidades na recepção dos neurotransmissores especialmente por estresse prolongado quando há diminuição de serotonina e aumento da substância P, os quais provocam maior sensibilidade à dor, com diminuição do fluxo sanguíneo (depressão, transtorno de ansiedade, transtorno de estresse pós-traumático), traumatismos entre outros.

Muitos dos pacientes visitam várias especialidades médicas, realizando vários exames sem obter êxito diagnóstico. Quanto mais avançado o estágio, maior o sofrimento, principalmente o psicológico. O causa emocional pode agravar a intensidade da dor.

O tratamento da fibromialgia consiste em esclarecer e obter aceitação do paciente sobre a doença, associar medicamentos às medidas multidisciplinares, como fisioterapia e psicoterapia. Por ser uma doença de causas múltiplas ou desconhecidas ao paciente, a ênfase deve ser dada à redução dos sintomas da dor e gerais, e na melhora da qualidade de vida.

Os medicamentos incluem analgésicos, relaxantes musculares, soníferos e antidepressivos. A atividade física moderada é imprescindível; massagem, eletroterapia (ondas curtas, microondas), turbilhão, acupuntura ajudam a relaxar a musculatura.

É importante frisar o efeito da psicoterapia, pois tanto o treino do controle do estresse, a lidar com situações emocionais difíceis ao paciente, o treino do relaxamento progressivo e reestruturação cognitiva ajudam a reduzir o nível de ansiedade, irritabilidade, agressividade, obter outro comportamento frente às situações de estresse.

O ideal é realizar a psicoterapia na sua língua materna, mas se conseguir falar japonês (ou um pouco) poderá realizar sessões com psicóloga clínica (em japonês, RINSHOU SHINRISHI) e terapia cognitiva-comportamental (em japonês, NINTI KOUDOU RYOUHOU).
Poderá também procurar assistência com os psicólogos em português nas várias organizações de apoio aos brasileiros no Japão, inclusive da equipe do SABJA-Disque-Saúde.

Fonte: http://www.ipcdigital.com/japao/saude-no-japao-o-que-e-e-como-tratar-a-fibromialgia/

***E para completar, encontramos no mesmo site, um outro artigo. Artigo este que muito pode nos ajudar a "fabricar" a serotonina (hormônio da felicidade e bem estar). Este artigo vale para os brasileiros em todas as partes do mundo, e complementa o artigo acima.

A importância do bom funcionamento do intestino e a serotonina (hormônio contra depressão)

Diz-se que o intestino é o “segundo cérebro” do organismo, pois ele tem aproximadamente o número igual de neurônios aos da medula espinhal. Assim, o que se come atua diretamente no Sistema Nervoso Central, que é também chamado Sistema Nervoso Entérico. No intestino há mais de 100 trilhões de bactérias intestinais que compõe a flora intestinal (microbiotas) e fermentam os restos alimentares não digeridos.

Um intestino que funciona bem é aquele rico em microbiotas, que elimina as fezes toda vez que se ingere a refeição, pelo arco reflexo: alimento – cérebro – evacuação de fezes. Teoricamente, uma pessoa sadia deveria evacuar 3 vezes ao dia se ela come 3 refeições por dia; aceitável se evacua pelo menos uma vez ao dia.

Mastigar bem ao comer, comer lentamente para dar tempo ao cérebro ter a sensação de saciedade, comer equilibradamente alimentos contendo fibras, vitaminas, minerais, proteínas e carboidratos, principalmente ao desjejum, na sequência as frutas, cereais e proteínas, e tomar em média 8 copos de água (ou líquidos) ajuda funcionar bem o intestino.

A serotonina é um neurotransmissor, também um hormônio responsável pela sensação de bem estar e alegria, do humor e disposição. Noventa a 95% é produzida no intestino e 5 a 10 % é produzida no Sistema Nervoso Central (no cérebro).

O triptofano é um aminoácido precursor da serotonina; é produzido nas primeiras horas do dia, quando ingeridos neste período e acompanhados de atividade física exposto ao sol (ao caminhar para ir ao trabalho, ao estender roupas de manhã e fazer limpeza do quintal, por exemplo). Assim, normalmente, o triptofano é convertido em serotonina, estimulando a boa disposição para o dia.

Quando ele é ingerido à noite, este favorece a produção de outro hormônio chamado melatonina, o hormônio do relógio biológico do sono, e favorece o sono de boa qualidade. Os alimentos ricos em triptofano são: castanha do Brasil, grão de bico, lentilha, arroz integral, espinafre, banana, mel, soja e seus derivados, aveia entre outros.

Quando um intestino não funciona de maneira adequada, a serotonina também não é produzida de forma adequada, podendo causar quadros de tristeza, desânimo e depressão.

Manter uma alimentação que favoreça a saúde do intestino e a produção correta de serotonina é um fator que combate e previne a depressão.

Por: Elza S.M.Nakahagi, médica do SABJA-Disque-Saúde do Consulado Geral do Brasil em Nagoia. Autora dos dicionários e aplicativos de Termos Médicos e Odontológicos. 2015 / 04 / 05
Fonte: http://www.ipcdigital.com/colunistas/elza-nakahagi/saude-no-japao-a-importancia-do-bom-funcionamento-do-intestino-e-a-serotonina-hormonio-contra-depressao/

 

 

 

terça-feira, 15 de setembro de 2015

*NOVIDADE! - FIBROMIALGIA - AJUDA PODE CHEGAR VIA IPAD OU IPHONE (Sistema IOS)

SBR e Pfizer lançam aplicativo para pacientes com fibromialgia em versão IOS 

Fonte/Autoria.: Bruna Ramos   24/07/2015


A Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), em parceria com a Pfizer, lança aplicativo FIQr (Questionário de Impacto na Fibriomialgia - Revisado) para pacientes com fibromialgia (uma síndrome que tem como principal sintoma a dor crônica, difusa e generalizada por todo o corpo e que acomete nove vezes mais mulheres).
 
O aplicativo FIQr é uma versão revisada do FIQ (Questionário de Impacto na Fibriomialgia) pela SBR, com validação em publicações científicas, que avalia a capacidade funcional, status de trabalho, distúrbios psicológicos, sintomas físicos e dolorosos do paciente, com o objetivo de facilitar o acompanhamento da evolução da doença pelo médico.
 
Como a dor é um sintoma subjetivo, que depende da percepção e da tolerância pessoal de cada paciente, o médico avalia a progressão da doença levando em consideração as queixas e o exame físico realizado em consultório. Com o aplicativo, o profissional de saúde poderá analisar o estado funcional e emocional do paciente já na primeira consulta e no retorno, reavaliá-lo através do questionário.
 
Entre uma consulta e outra, o paciente poderá anotar os níveis de dor de acordo com as atividades executadas. O sistema vai gerar um gráfico mostrando a intensidade e os pontos de dor durante cada atividade exercida. Desta forma, será possível realizar um mapeamento completo da evolução e dos picos de dor no período. Os gráficos serão enviados por e-mail para o médico, facilitando as consultas futuras e o tratamento.
 
Pelo caráter subjetivo da dor, a investigação detalhada da vida dos pacientes pode contribuir para um diagnóstico mais preciso dos fatores de melhora e piora das dores. A avaliação médica abrange o indivíduo em sua totalidade, com suas rotinas, hábitos, postura, ambiente de trabalho, alimentação, hidratação e sono,
 
O aplicativo está disponível para IOS (iPhone e iPad) na Apple Store pelo link https://itunes.apple.com/us/app/fiqr/id922222459?mt=8
 
 

 

 

 

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

A dor da descrença - Além do sofrimento físico, pacientes com fibromialgia enfrentam a desconfiança de familiares e até de profissionais de saúde



Carolina Cotta - Estado de Minas - 03/05/2015 08:00  Atualização:16/06/2015 19:18


As sobrancelhas, o vermelho das vestes, as flores no cabelo e a experiência de dor são marcas indissociáveis de Frida Kahlo. Seu autorretrato com pregos perfurando todo o corpo, A coluna quebrada, um dos seus quadros mais famosos, é também indício de que a artista mexicana sofria de fibromialgia. Na tentativa de explicar os motivos para a dor crônica que a acompanhou durante anos, alguns autores sugerem que Frida sofria de fibromialgia pós-traumática, caracterizada por dor generalizada persistente, fadiga crônica, distúrbios do sono e pontos dolorosos em regiões anatômicas bem definidas. Esse conceito de fibromialgia, tal como entendido atualmente, provavelmente não era disseminado entre os médicos do século 20.

Em seu autorretrato 'A coluna quebrada', de 1944, a artista mexicana Frida Kahlo expressa sua dor por meio dos pregos espalhados por todo o corpo (Reprodução Internet)
Em seu autorretrato 'A coluna quebrada', de 1944, a artista mexicana Frida Kahlo expressa sua dor por meio dos pregos espalhados por todo o corpo


Quando Frida pintou A coluna quebrada, em 1944, a associação de pontos dolorosos com reumatismo já tinha sido citada há pelo menos 120 anos. Em 1824, o cirurgião escocês William Balfour foi o primeiro a descrever pacientes com pontos musculares hipersensíveis à palpação e passíveis de desencadear uma dor irradiada. A fibromialgia não é uma doença nova, como muitos imaginam. Historicamente, ela vem sendo apresentada com diferentes nomes: fibrosite (1904), miofibrosite (1929), síndrome fibrosítica (1952), síndrome fibromiálgica e, por fim, fibromialgia (1981). Com esse nome, em 1992, foi reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma doença reumática. Mas, mesmo tanto tempo depois, segue sendo questionada pela sociedade, pelos familiares dos pacientes e mesmo por alguns profissionais de saúde.

O reumatologista Luiz Severiano Ribeiro, do Serviço de Reumatologia do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg), lembra de um tempo em que os próprios pacientes não acreditavam no diagnóstico, mesmo que ele justificasse a dor, que consideravam “inexplicável”, tamanho era seu incômodo. “Chegavam reclamando de dor e cansaço, mas não levavam a sério o diagnóstico. Primeiro, não entendiam o nome. Além disso, os exames clínicos não apontavam nada e receitávamos antidepressivo. Achavam que fibromialgia era coisa de doido e, quando procuravam outro médico e contavam o que o reumatologista tinha dito, ouviam que precisavam mesmo era de psiquiatra. Essa era a clássica trajetória de um fibromiálgico 20 anos atrás. Pulavam de um médico para outro sem uma explicação e, quando recebiam o diagnóstico, não acreditavam”.

ASSOCIAÇÃO Para os fibromiálgicos, pessoas mais sensíveis à dor que a população em geral, tamanha desconfiança e descrença também dói. A aposentada Sandra Santos, de 53 anos, foi diagnosticada em 2005 e, em uma atitude positiva frente ao sofrimento, fundou a Associação Brasileira dos Fibromiálgicos (Abrafibro) com outros pacientes. Para tratar um problema de coluna, foi encaminhada para um tratamento que não conseguiu levar adiante. “Entrava andando e saía de cadeira de rodas. Insisti até a oitava sessão, mas a médica responsável estranhou meu limiar de dor ser tão pequeno. A especialista que me acompanhava desconfiou que pudesse ser fibromialgia e, no exame clínico, identificou que eu tinha 11 dos 18 pontos de dor. Já tinha fibromialgia, mas, provavelmente, ela estava sendo mascarada pelo problema de coluna”, lembra Sandra.

SENSIBILIDADE AUMENTADA

Nos últimos anos, houve um grande avanço na compreensão da fibromialgia, que é considerada uma síndrome por englobar uma série de manifestações clínicas, como dor, fadiga, distúrbio do sono. Segundo Eduardo Paiva, chefe da Comissão de Dor e Fibromialgia da Sociedade Brasileira de Reumatologia, professor assistente da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e chefe do Ambulatório de Fibromialgia do Hospital das Clínicas da UFPR, está cada vez mais estabelecido que a fibromialgia é um problema de sensibilização do sistema nervoso, que estaria programado para sentir mais dor. Exames como a ressonância magnética funcional, capazes de mostrar o funcionamento do cérebro em tempo real, revelam a intensidade amplificada da dor, tal como relatada pelos pacientes. “O sistema nervoso pode ser modulado, amplificado. Na fibromialgia essa modulação é para mais. Como se tivéssemos um botão de volume capaz de aumentar a sensibilidade à dor", explica.

As pessoas que sofrem de fibromialgia têm um limiar de dor rebaixado. Estímulos que normalmente não causam dor em outras pessoas, como um carinho, podem ser dolorosos para o fibromiálgico. Segundo Roberto Heymann, reumatologista do Hospital Albert Einstein e professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), isso ocorre devido a um desarranjo dos mecanismos que controlam a dor no sistema nervoso central. “As causas desse controle inadequado dos mecanismos da dor são desconhecidas. Acredita-se numa predisposição genética que, quando exposta a alguns fatores ambientais, gere o quadro de fibromialgia. O que sabemos é que os mecanismos do sistema nervoso central associados à sensação e transmissão da dor encontram-se exacerbados e os mecanismos que deveriam inibir ou filtrar essas sensações estão diminuídos, permitindo uma transmissão anormal de estímulos de dor ao cérebro”, explica.

Além disso, há fatores externos que influenciam a transmissão e a sensação de dor. O estado emocional e o frio são alguns deles. A depressão, por exemplo, pode ser uma das consequências da fibromialgia, como em tantas outras doenças crônicas, mas também o gatilho que faltava para desencadear um quadro de fibromialgia na pessoa geneticamente predisposta. Segundo Heymann, a saúde emocional tem influência direta em todas as doenças, não só na fibromialgia. “Quantas pessoas têm picos de hipertensão porque ficaram nervosos e ansiosos, por exemplo? Mas na fibromialgia, pelo fato da dor ser subjetiva, a influência que a emoção exerce na sua intensidade muitas vezes gera preconceito. O fato é que uma pessoa deprimida efetivamente sente mais dor que a população normal, pois sua sensibilidade dolorosa encontra-se exacerbada. Dessa forma, fica fácil entender que a depressão piora os quadros de fibromialgia”,afirma.
Qualquer quadro de dor crônica também prejudica o sono, pois frequentemente o paciente acorda pela dor. Mas na fibromialgia alterações hormonais e de neurotransmissores também são responsáveis pela superficialização do sono e pela sensação de fadiga. A maioria das pessoas que sofre de fibromialgia, portanto, tem um sono superficial e leve em que não descansam, e por consequência ficam fatigados e sem energia. Dor generalizada, dificuldades para dormir ou despertar com cansaço e sensação de cansaço ou fadiga durante todo o dia são os principais sintomas da doença. Aos 84 anos, Maria Joana das Mercês chegou a duvidar de tinha realmente dormido durante a noite, ou se era um sonho. Frequentadora do grupo de educação do paciente fibromiálgico, realizado há mais de 20 anos no Ipsemg, hoje ela sabe lidar melhor com os sintomas, mas eles não deixaram de incomodar. “Durmo e levanto pensando se realmente dormi. E a dor é insuportável. Ninguém merece”, lamenta.
 
Confira vídeo com o relato de pacientes sobre fibromialgia:



A COLUNA QUEBRADA
No artigo Arte e dor em Frida Kahlo, de 2014, Rodrigo Siqueira Batista e coautores buscam, na biografia e obra da artista mexicana, interseções entre sua arte e experiências de dor. Para os autores, em A coluna quebrada, na qual ela se retrata usando o colete de aço para controle do quadro de dor, os pregos encravados em seu corpo nu traduzem um infindável martírio. “O corpo de Frida está dividido, sangrando, pregado e isolado, transparecendo pois, o suplício físico que nunca a abandonou ao longo da vida.” No filme Frida, de 2003, em um dos diálogos, ela chega a dizer: “Nem lembro como era antes da dor”. A solidão, metaforizada pela paisagem desértica, reforça o sofrimento. O corpo aberto é uma referência às várias cirurgias às quais se submeteu para reparar a coluna, sem melhoria de suas queixas. Já os pregos fincados sugerem os típicos pontos dolorosos da fibromialgia. Para os pesquisadores, essa hipótese explicaria a dor crônica e a fadiga profunda experimentadas pela pintora.

Fonte: http://sites.uai.com.br/app/noticia/saudeplena/noticias/2015/05/03/noticia_saudeplena,153239/alem-do-sofrimento-fisico-pacientes-com-fibromialgia-enfrentam-a-desc.shtml 


 IMPORTANTE

Os.: Este Artigo  venceu em PRIMEIRO LUGAR O PRÊMIO SBR/PFIZER, na categoria Mídia On Line. A notícia foi publicada no site Saúde Plena - Jornal UAI/MG, em 04/09/2015
Leia: http://sites.uai.com.br/app/noticia/saudeplena/noticias/2015/09/04/noticia_saudeplena,154925/saude-plena-vence-premio-sbr-pfizer.shtml

Tanto pedimos aos nossos irmãos e irmãs de fibra, que participassem do voto popular... Cremos que fizemos nossa parte.

Agora, temos um Artigo vencedor, de um prêmio tão importante, que fala sobre a vida do paciente fibromiálgico com respeito, dignidade e com a verdade. Presta um excelente serviço de conscientização e sensibilização à sociedade e ao público leitor.


Você fibromiálgico imprima este artigo, mais o comunicado da Vitória da Jornalista Carolina Cotta, que recebe o Prêmio pelo Primeiro Lugar, em sua categoria.

É nossa "Carta de Apresentação"!

Um Prêmio como este não é entregue a qualquer jornalista, ou a qualquer artigo. Só para os melhores, seguindo rígidos critérios.
O Dr. Roberto Heymann, reumatologista e membro da Sociedade Brasileira de Reumatologia - SBR, prestou excelentes esclarecimentos à sociedade, que corroborou com o primor do Artigo.

Parabéns Carolina Cotta por mais esta vitória!
Os Fibromiálgicos Brasileiros só têm muito a lhe agradecer!
Sucesso em sua carreira, e continue a ser verdadeira, íntegra e respeitosa quando o assunto é saúde e pacientes. 
Receba mais de 16.000.000 de abraços em agradecimento.







"Paciente com dor afeta toda família', diz médica referência em tratamentos"

Dor crônica atinge cerca de 30% da população mundial, cita Dra. Trescot. Tendência é de que gerações mais novas sintam mais dores por postura.

11/08/2015 08h20 - Atualizado em 11/08/2015 08h20

 Do G1 Campinas e Região

Doutora Andrea Trescot, referência mundial no tratamento da dor (Foto: Marina Ortiz/ G1) 

A médica americana Andrea Trescot durante sua quinta visita ao Brasil, em Campinas (Foto: Marina Ortiz/ G1)

Lidar com a dor, um mal que atinge cerca de 30% da população, não se restringe ao uso de medicamentos, ou uma injeção de emergência. É preciso mudança no modo de vida, conhecer outras formas de enfrentar o problema. A interpretação é da Doutora Andrea Trescot, uma das maiores autoridades em medicina intervencionista da dor do mundo.
Ela esteve em Campinas (SP) na última semana para participar de um seminário sobre o tema e, em entrevista ao G1, falou das dores mais comuns, da associação delas com o estresse, do problema ortopédico que a tecnologia está acarretando para os jovens e a responsabilidade do governo quando o assunto é dor. Confira os principais trechos.
 
G1: É comum encontrar pessoas que sofrem com algum tipo de dor crônica?
 
Doutora Andrea Trescot: Nos Estados Unidos, foi estimado que 30% da população sofre com dor crônica. Então muitos desses pacientes não sentem que eles têm alguma opção. Eles vão procurar ajuda médica depois de anos passados e receberam a resposta de que nada poderia ser feito ou eles tiveram um ou dois procedimentos e desistiram disso. Eles têm preocupações extraviadas sobre o uso de opióides no tratamento, eles não entendem que existem outros tipos de remédios que podem provocar o alívio da dor que não são opióides.
Na minha cabeça é muito como sofrer por um dente infectado. O raio-X talvez não te diga qual dente é um problema, pois a boca pode estar cheia de cavidades e se você for num dentista e ele trabalhar em um dente que não era certo, você desiste desse dentista. Remédios para a dor vão ajudar com isso, mas só vai piorar e você vai parar de comer, porque dói. Você não consegue dormir, porque dói. Então aí não começa a afetar só a sua vida inteira mas também das pessoas em volta de você. Já que você está miserável você faz todos que estão em volta de você miseráveis, então esses problemas de dor acabam sendo consumíveis. Então eles não afetam só o paciente mas também a família inteira.
 
G1: Qual o tipo mais comum de dor?
 
Andrea: Provavelmente dor na parte inferior das costas. Eu também diria que dores de cabeça também são muito comuns, mas as pessoas geralmente não vão para a administração da dor, elas vão a neurologistas. E isso é porque existe uma impressão de que as dores de cabeça venham da parte de dentro do crânio. Mas nós estamos reconhecendo que muitas das causas de dores de cabeça vem de fora do crânio. Mas se nós falarmos de dores nas costas, muito disso vem da nossa postura. A nossa espinha tem um formato de S. E qualquer coisa que mude essa curva, seja uma protuberância na barriga, olhar para baixo para o seu celular ao mandar mensagens de texto, por exemplo.
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Médica Andrea Trescot é referência mundial no tratamento da dor (Foto: Marina Ortiz/ G1) 
Trescot afirma que qualidade dos médicos no
Brasil é 'maravilhosa' (Foto: Marina Ortiz/ G1)
 
G1: Então, por conta disso, provavelmente mais pessoas jovens terão dores?
Andrea: Nós estamos sendo capazes de mostrar que a postura dos jovens está ficando muito pior e eu estou vendo pacientes com dores nas costas e pescoço cada vez mais jovens do que via antes. Então sim, eu vejo uma explosão inteira vindo para uma geração inteira de pessoas que terão problemas se nós não encontrarmos as causas cedo.
 
G1: O que a senhora acha do trabalho dos médicos brasileiros nesta área?
 
Andrea: Eu estou sem palavras. Eu estou maravilhada pela qualidade dos médicos aqui no Brasil. Então, eu viajo pelo mundo todo e ensino pelo mundo todo, mas o nível de ferramentas técnicas e montante de entusiasmo para aprender novas técnicas e para tentar fazer um bom trabalho com seus pacientes têm sido o que me faz voltar agora há cinco anos seguidos. Para ajudar a ensinar aqui, porque é o único lugar no mundo que eu continuo voltando.
 
G1: A senhora acredita que aqui no Brasil nós temos o suporte tecnológico suficiente para este tipo de trabalho?
Andrea: Sim, eu acho que aqui no Brasil existe um suporte tecnológico excelente, com um grupo inteiro agora de médicos bem treinados, técnicas que vejo sendo realizadas aqui que eu não vejo em algumas das clínicas privadas dos Estados Unidos. É bem impressionante não somente o nível de experiência, mas o comprometimento com a pesquisa e publicação. E ir mais a fundo na educação também é um dos pontos muito impressionantes.
 
G1: A gente pode dizer que a dor já se tornou um problema para o governo?
 
Andrea: Bem, precisa ser. Precisa ser reconhecido como um problema. Até o governo pagar por este tipo de tratamento, esses pacientes que não tem recursos independentes não terão acesso a eles. E essas são as pessoas que estão com maior risco, são as que tem que ter capacidade de trabalhar. Tem pessoas sendo subsidiadas pelo estado porque não podem trabalhar, mas eles não estão pagando médicos para ajudar pacientes a voltar para o trabalho parece ser uma medida muito contraprodutiva.
 
G1: Então nós estamos falando de um problema de trabalho?
Andrea:
Sim, nós estamos falando de um problema de trabalho. Não só da ausência de pessoas no trabalho, mas de pessoas no trabalho que não estão em sua capacidade total, mas estão sendo pagas por um todo.
 
G1: E essa condição está crescendo?
 

Andrea: Isso também está crescendo como um número quando as pessoas tem pequenas dores que acabam ficando maiores e maiores porque não são tratadas.."
Muitas das coisas que eu faço foram consideradas no passado como medicina alternativa"
Andrea Trescot
 
G1: O que você acha de tratamentos alternativos, como acupuntura e fisioterapia?
 

Andrea: Eu acho que um carpinteiro deve ter o máximo de ferramentas possíveis na sua caixa. Então se eu tenho um paciente que tem um ombro deslocado, não importa o que eu faço se nós não conseguirmos colocar este ombro de volta no lugar, não vai ajudar nada. Mesmo se eu tivesse uma varinha mágica e deixasse alguém livre das dores, se eles já estiveram com dor por um tempo eles tem outras condições. E eles não podem voltar e fazer o que eles estavam fazendo novamente, então eles tem que ter terapia física.
Qualquer coisa que ajude-os a ter uma reabilitação da dor, seja o aumento de endorfina com acupuntura, ou aprender as mecânicas do corpo com fisioterapia.
Muitas das coisas que eu faço foram consideradas no passado como medicina alternativa. E eu sou muito pragmática, faça o que funcione. Não importa para mim o que quer que seja se ajude a parar de doer. Então eu encorajo meus pacientes a fazerem ioga, eu os encorajo a fazer meditação. Eu tenho uma psicóloga no meu consultório, para que eles possam aprender ferramentas que habilitam o enfrentamento.
 
G1: Nós podemos considerar a depressão como uma forma de dor?
 

Andrea: Pessoas que estão deprimidas sentem dor e pessoas que sentem dor ficam deprimidas. Então uma coisa se alimenta da outra, quando você não consegue fazer as coisas que você gosta você não consegue bloquear a dor. E a dor piora.
Quando você não consegue dormir e é privado do sono isso leva a depressão. Mas pessoas deprimidas não conseguem dormir. E com frequência é como “o ovo e a galinha, quem veio primeiro?”. A depressão veio antes e depois a dor? Ou a dor causou a depressão? E de novo, eu não me importo: eu trato as duas coisas, eu provavelmente prescrevo mais antidepressivos do que a maioria dos psiquiatras prescrevem. Porque todo mundo que vejo está machucado e todo mundo que vejo tem um componente de depressão.

E de fato, se eu colocar você em um laboratório de sono e te acordar com frequência, a depressão começará a desenvolver "pontos-gatilho" em uma semana. Então sim, a depressão pode causar dor.
Médica americana Andrea Trescot (Foto: Marina Ortiz/ G1) 
Andrea menciona que dor pode afetar união de
uma família inteira (Foto: Marina Ortiz/ G1)
 
G1: A dor afeta a vida social, como o casamento e família?
 

Andrea: Absolutamente. Principalmente quando as pessoas se sentem inúteis ao tentar ajudar. Existe uma perda de função sexual, porque dói fazer sexo. Existe uma perda de apetite, então a pessoa faz uma refeição com carinho e você não sente vontade de comer. As atividades que as pessoas compartilhavam, elas não são feitas mais. Quando as pessoas estão com dor elas se irritam facilmente e isso machuca quem quer que seja.
É a mesma ideia de que seu pet esteja com dor e ao tentar acariciá-lo ele tenta te morder. Não porque ele quer te morder, mas porque está machucando. Então sim, isso abre um buraco enorme na família no exato momento de que a pessoa precisa de suporte familiar. Então a dor afeta a união familiar inteira.
 

G1: E qual o significado para a senhora de poder ajudar um paciente com dor?
 
Andrea: Meu marido diz que eu trabalho por abraços. As pessoas me perguntam “por que você quer ficar com esses pacientes chorões cheios de dor?” E eu digo, se eu fosse uma médica internista e se você tivesse pressão alta eu te daria um remédio para a hipertensão e eu poderia salvar a sua vida abaixando a sua pressão. Mas eu fiz com que você se sentisse melhor? Não, na verdade eu provavelmente fiz com que você se sentisse pior, porque a pressão alta não estava te incomodando.
Eu tenho a chance de dar as pessoas suas vidas de volta. E quando as pessoas me dizem que foram capazes de ir às compras para o natal pela primeira vez, ou que foram capazes de agachar até o chão, é maravilhoso. Quanto mais ferramentas eu tenho, mais vidas eu salvo. E isso me faz continuar, mesmo quando eu não dormi por um dia inteiro.


 Fonte:http://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2015/08/paciente-com-dor-afeta-toda-familia-diz-medica-referencia-em-tratamentos.html

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Não durmo direito. O que está errado? Melatonina, o que tem a ver com meu sono?

Muitas vezes vemos queixas sobre a má qualidade do sono.Acordam cansados, parece não ter dormido o suficiente, parece que não dormiu,...São tantas as queixas que resolvemos pesquisar um pouco mais sobre o assunto, e saber o que está ligado diretamente ao sono, sua qualidade e como preserva-lo.Descobrimos que nosso cérebro, através da glândula pituitária, produz a MELATONINA, responsável pela qualidade do sono.Mas o que pode prejudicar esta produção.Vocês não fazem ideia do que podemos fazer para o mal funcionamento desta glândula, e fazer com que nosso soninho sagrado, seja aquilo tudo que não desejamos.Vamos ver alguns artigos que pesquisamos, e explicam sobre a produção e o que podemos fazer para não prejudicar a produção tendo maiores chances de melhorar a qualidade do nosso sono.Atenção! São dicas importantes, que você pode muito bem aderir... sem qualquer prejuízo. Basta adequar!


Efeitos no sono05/07/2015 | 10h01

Luzes do smartphone alteram ritmo do organismo

A luz do celular, assim como a da TV e até a de lâmpadas econômicas brancas, fazem nosso cérebro se enganar, interpretando que ainda não é noite

A parte do cérebro responsável pelo sono é a glândula pineal. Ela produz uma substância chamada melatonina, que vai acumulando a partir do momento que nossos olhos passam a perceber uma redução dos raios solares (com o pôr do sol). A luz do celular, assim como a da TV e até a de lâmpadas econômicas brancas, fazem nosso cérebro se enganar, interpretando que ainda não é noite. Resultado: o sono não vem.

— Você acorda cansado, com seu corpo entendendo que ainda é noite — explica o oftalmologista Richard Yudi Hida, da Santa Casa de São Paulo, que também atua em pesquisas do assunto no Hospital das Clínicas, da Faculdade de Medicina da USP.

O que acontece é uma alteração no chamado ritmo circadiano, período de aproximadamente 24 horas sobre o qual se baseia o ciclo biológico de quase todos os seres vivos. Ele é influenciado principalmente pela variação de luz, mas também por temperatura, maré e vento entre o dia e a noite.



É por isso que quem já vivenciou a experiência de passar férias em um sítio, sem sinal de celular ou outros aparelhos eletrônicos, vê o ritmo mudar. O sono começa a vir mais cedo. E a pessoa acorda, sem despertador, cada dia mais próximo do nascer do sol.
Opções para dormir melhor
A fuga do sono não é exclusiva dos smartphones. Estende-se para quem fica no computador trabalhando até tarde da noite e também para aqueles que assistem a séries ou filmes na televisão.
Outro detalhe, desta vez positivo: as luzes quentes. Quanto mais avermelhada, menor é o efeito da luminosidade em manter o cérebro ativo. É por isso que ler um livro antes de dormir, com a lâmpada do abajur ligada, não influencia de forma significativa no sono.
Que tal mudar o hábito e começar a incentivar sua leitura, escrever ou planejar o dia seguinte em um bloquinho de papel?
23/06/2015 10h41 - Atualizado em 23/06/2015 11h36

Como é a sua noite de sono? Veja dicas para conseguir dormir bem

Dormir bem pode combater o câncer e evitar a obesidade.
Refeições leves e pouca luz podem ajudar a ter uma boa noite de sono.



Do G1, em São Paulo

Acesse o link e leia artigos e veja os vídeos...


3/7/2015 às 23h47 (Atualizado em 3/7/2015 às 23h48)

Dormindo com o inimigo: uso de eletrônicos à noite pode atrapalhar combate a doenças


Assista ao a matéria, na íntegra, usando a TELA CHEIA (do contrário não funciona o vídeo), através do link abaixo:

Vale a pena ver!!!! Muito interessante... Há pesquisas nacionais revelando hábitos que nos prejudicam e podem ser mudados.

Você pode passar a informação adiante também!


A Abrafibro mais uma vez presta informações importantes aos seus seguidores. Esperamos ter esclarecido pontos importantes para nosso bem estar e nossa saúde. O fibromiálgico normalmente têm dificuldades para dormir. Muitas vezes falamos sobre a higiene do sono. Mais estas informações precisam ser incorporadas ao nosso dia a dia. Afinal, a educação do paciente também se dá através de informações importantes, que o levem a conhecer mais e melhor condições para sua qualidade de vida.
Até a próxima,


sexta-feira, 3 de julho de 2015

NOTÍCIA DE ÚLTIMA HORA.... SANCIONADA LEI ESTADUAL NR. 10.294/2015 NO ESTADO DO MATO GROSSO QUE INSTITUI

Nosso artigo anterior, mostrou aos nossos leitores o Projeto de Lei que institui o Dia da Conscientização da Fibromialgia, de autoria do Dep. Estudual Wagner Ramos, no estado do Mato Grosso.
O artigo do jornal na web, trouxe também a grande pesquisa, realizada a pedido da Pfizer, sobre o nível de conhecimento sobre nossa Síndrome entre pacientes e profissionais da área da Saúde.
Pois bem! O Deputado Wagner Ramos conquistou esta instituição.
Saiu ontem, 02/07/2015, na Imprensa Oficial do Estado do Mato Grosso, edição de nr. 26567 a sanção realizada pelo Exmo Sr Governador de Estado Pedro Taques, da Lei Estadual de nr. 10.264/2015, que institui o Dia de Conscientização da Fibromialgia em todo o Estado.

A Abrafibro - Associação Brasileira dos Fibromiálgicos e todos os Fibromiálgicos deste Estado vem cumprimentar ao nobre Parlamentar Deputado Estadual Sr. Wagner Ramos, e ao Exmo Governador do Estado do Mato Grosso Pedro Taques, pela conscientização e sensibilidade ao perceberem a importância destes atos.
Nosso Muito Obrigado em nome dos Fibromiálgicos Mato Grossenses, e de todo o Brasil.
Agora já são dois estados a instituírem esta data - 12 de Maio - Dia Estadual da Conscientização da Fibromialgia.
Que políticas públicas venham a surgir a partir de agora, em detrimento das necessidades especiais e específicas dos fibromiálgicos.
Que outros Estados da nação sigam este exemplo.
Mais uma VITÓRIA DOS FIBROMIÁLGICOS BRASILEIROS!




Em Mato Grosso, o Projeto de Lei nº 56/2014, do deputado Wagner Ramos (PR/MT), tenta ...

Publicada em 02/07/2015 às 15:26

Wagner quer popularizar doença pouco conhecida entre médicos

Desconhecimento foi apontado em pesquisa feita com 77% dos clínicos gerais e 84% dos reumatologistas, neurologistas, psiquiatras e especialistas em dor.

Mais de 82 mil pessoas que vivem em Mato Grosso – 90% das quais, mulheres – sofrem por sentir dor maior do que o normal em seu corpo por causa do funcionamento irregular do sistema de percepção a esse sofrimento físico. O mal que atinge 5,1 milhões de pessoas no país tem nome – Fibromialgia, mas a medicina não sabe ao certo o que o provoca. Apenas, o distingue como “doença neurológica e não psicossomática”.
Pesquisa do Instituto Harris Interactive, encomendada pela multinacional farmacêutica Pfizer – no Brasil, México e Venezuela – aumentou a preocupação sobre o assunto. O resultado mostrou que 75,3% dos pacientes entrevistados nunca tinham ouvido falar da doença até que receberam o diagnóstico. Pelo menos, 2,5% da população brasileira sofre com a Fibromialgia, que permanece desconhecida para a maior parte das pessoas.
O que tornou esse cenário mais nebuloso foi o revelado pelo reumatologista Eduardo Paiva, chefe do Ambulatório de Fibromialgia do Hospital das Clínicas, da Universidade Federal do Paraná (UFPR). “Entre os médicos brasileiros ouvidos em pesquisa – 77% dos clínicos gerais e 84% dos reumatologistas, neurologistas, psiquiatras e especialistas em dor – disseram que a enfermidade não é muito conhecida, até mesmo dentro da própria categoria.
Em Mato Grosso, o Projeto de Lei nº 56/2014, do deputado Wagner Ramos (PR), tenta reverter esse quadro. Ele cria o Dia Estadual de Conscientização sobre a Fibromialgia, a ser celebrado anualmente em 12 de maio. A matéria já teve sua tramitação finalizada na Assembleia Legislativa e aguarda confirmação do governo sobre sua aprovação.
“Entender a Fibromialgia vai amenizar o sofrimento de milhares de pessoas que vivem em Mato Grosso e têm sua dor desconsiderada pela falta de conhecimento. E também conviverão com menos preconceito”, observou Wagner.
O principal objetivo do republicano é estimular o debate em torno da doença e os assuntos relacionados a ela. Também, gerar troca de experiências e informações sobre o tema entre profissionais, pacientes e a sociedade. Finalmente, também abrir espaço para que os profissionais ligados à área da saúde – no estado – apresentem novos estudos e pesquisas sobre a Fibromialgia.
Autor: Fernando Leal
Fonte: O Nortão

Agora temos dados que podemos usar a nosso favor, quando reivindicarmos Ações Governamentais aos Pacientes Fibromiálgicos. Precisamos estar cada dia mais unidos e ativos nas campanhas que a Abrafibro desenvolve em Pról dessas mudanças. Faça sua parte!
Vamos pressionar o Governador do Mato Grosso, Excelentíssimo Senhor Pedro Taques, para que Sancione a Lei e logo a Regulamente. Estamos de olho!!!

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Como Diagnosticar e Tratar Fibromialgia - Fibromyalgia


Antônio Scafuto Scotton
Mestre em Reumatologia pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Chefe do Serviço e da Disciplina de Reumatologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Professor adjunto da Faculdade de Medicina da UFJF.
Viviane Angelina Souza
Professora de Reumatologia da Faculdade de Medicina da UFJF.
Rafael de Oliveira Fraga
Professor de Reumatologia da Faculdade de Medicina da UFJF. Presidente da Sociedade Mineira de Reumatologia 2011/2012.
Silviane Vassalo
Professora de Reumatologia da Faculdade de Medicina da UFJF. Professora da Universidade Antônio Carlos.
Renata Valente Lisboa, Thales Valente Lisboa
Medicina da Faculdade de Medicina da UFJF.
RBM Jul 2010 V 67 N 7

Recebido para publicação em 05/2010.
Aceito em 06/2010.

© Copyright Moreira Jr. Editora. Todos os direitos reservados.

Indexado LILACS: S0034-72642010004500001
Unitermos: dor crônica, fibromialgia
Unterms: chronic pain, fibromyalgia

Numeração de páginas na revista impressa: 221 à 227

Resumo


A fibromialgia é uma síndrome caracterizada por dor difusa e pontos dolorosos sem a evidência de sinovite, miosite ou outros sinais inflamatórios clínicos e laboratoriais. Acomete preferencialmente o sexo feminino entre 30 e 50 anos, podendo atingir qualquer faixa etária. A sua etiologia ainda não foi definida, apesar da extensa investigação, sendo relacionada a alterações de humor, infecção, distúrbios do sono e disfunções de neurotransmissores. O quadro clínico se caracteriza por dor difusa, alteração da qualidade do sono e do humor, fadiga, parestesia, cefaleia, edema subjetivo, rigidez articular, tonteira, zumbidos, precordialgia atípica e alterações digestivas, o que confunde o diagnóstico e atrasa o início do tratamento. Mudança no estilo de vida, atividade física regular, suporte psicológico e utilização de drogas específicas podem alterar o curso da história natural da doença e aliviar o sofrimento do paciente.

Conceito

A fibromialgia (FM) pode ser definida como uma síndrome dolorosa músculo-esquelética crônica, não inflamatória, caracterizada pela presença de dor difusa pelo corpo e sensibilidade exacerbada à palpação de determinados sítios denominados pontos dolorosos (tender points). A maioria dos pacientes apresenta também fadiga crônica e distúrbios do sono e do humor, além de alodinia e hiperalgesia(1,16).

Histórico

Relatos de pacientes com dor músculo-esquelética difusa foram denominados reumatismo muscular e se referiam a locais dolorosos e rígidos à dígito-pressão, datando de 1843(1).

Em 1850, Froriep observou que doentes com reumatismo apresentavam pontos endurados musculares à palpação(2).

Sir William Gowers, em 1904, introduziu o termo fibrosite que englobava síndromes regionais, como a lombalgia, síndromes miofasciais e cervicobraquialgias, que tinham origem de um processo inflamatório em nível muscular(3).

Stockman et al., em 1904, realizaram sete biópsias de nódulos glúteos, encontrados em pacientes com lombalgia, imaginando que esses nódulos fossem a causa dos sintomas, e observaram alterações inflamatórias em bainhas neurais. A partir desse achado anatomopatológico, o termo fibrosite passou a ser aceito na literatura. Entretanto, vários estudos posteriores não conseguiram reproduzir os achados inflamatórios (1).

Em 1968, Traut definiu fibrosite como uma síndrome de dor músculo-esquelética generalizada acompanhada de fadiga, sono ruim e hipersensibilidade à palpação de certos pontos, localizados na inserção de músculos e tendões (3).

Em 1972, Smythe e Moldofsky descreveram determinados sítios anatômicos, denominados tender points (pontos dolorosos), que eram mais sensíveis à palpação em pacientes com fibrosite do que em indivíduos normais(1,3).

Em 1975, Moldofsky et al. descreveram, através de estudo eletroencefalográfico do sono, um padrão anormal no traçado das ondas cerebrais (intrusão de ondas alfa nas ondas delta, durante os estágios 2, 3 e 4 do sono não REM)(1,3).

A fibrosite, no entanto, permaneceu ignorada pela maioria dos médicos até a década de 80, quando Yunus et al., em 1981, realizaram o primeiro estudo controlado para fibrosite, confirmando que se tratava de uma entidade distinta e propuseram substituir sua denominação para fibromialgia(1,3).

Finalmente, em 1990, Wolfe F, Smythe HA, Yunus MB et al. publicaram, após estudo multicêntrico envolvendo 16 centros de estudos em fibromialgia do Canadá e Estados Unidos da América do Norte, uma proposta para critérios de classificação para a síndrome da fibromialgia, de acordo com o estudo do Colégio Americano de Reumatologia(1).
Epidemiologia

A fibromialgia é extremamente comum, a sua prevalência é de aproximadamente 2% na população geral, sendo responsável por aproximadamente 15% das consultas em ambulatório de reumatologia geral(4).

Existe forte predominância do sexo feminino (80% a 90% dos casos), com um pico de incidência entre 30 e 50 anos de idade, podendo manifestar-se em crianças, adolescentes e indivíduos idosos(5,6).

No Brasil, Bianchi, Messias e Gonçalves estudaram as populações com queixas de dores crônicas músculo-esqueléticas nas cidades de Fortaleza, Porto Alegre e Rio de Janeiro e constataram que 10,2% dos indivíduos apresentavam fibromialgia(2).

Estudo feito por Helfenstein et al. demonstrou uma alta prevalência de FM, 70% em pacientes com o diagnóstico de lesão por esforço repetitivo (LER), distúrbio osteomuscular relacionado ao trabalho (DORT).

É frequente a associação entre fibromialgia e outras comorbidades, uma vez que essas contribuem para o sofrimento e a piora na qualidade de vida desses pacientes. Dentre as comorbidades mais frequentes podemos citar depressão, ansiedade, síndrome da fadiga crônica, síndrome miofascial, síndrome do cólon irritável e outras doenças reumatológicas(21).

Os portadores da fibromialgia se utilizam de mais terapias analgésicas e procuram serviços médicos com maior frequência que a população normal. Um estudo americano mostrou que os custos anuais por paciente podem chegar até U$ 9.573,00, sendo três a cinco vezes maiores do que o gasto com a população em geral, despesa essa causada pelo excesso de visitas médicas, exames complementares desnecessários e medicações múltiplas(4,21).

Etiologia / Fisiopatologia

A etiologia da FM ainda é desconhecida, embora a fisiopatologia seja baseada em possíveis alterações na concentração de neurotransmissores (diminuição de serotonina), no metabolismo muscular, fisiologia do sono, função neuro-hormonal, estado psicológico e fluxo sanguíneo cerebral(8,9).

Alguns estudos com pacientes fibromiálgicos revelaram distúrbios no metabolismo energético muscular, alterações histológicas consistentes com anóxia tecidual foram encontradas embora estudos controlados mais recentes tenham falhado em confirmar estes resultados iniciais. Devido ao fato de que a maioria dos pacientes fibromiálgicos é sedentária, possuindo baixo condicionamento físico, podemos imaginar que alterações no metabolismo possam ser responsáveis pela maior sensibilidade dolorosa destes pacientes(6).

Diversos achados sugerem um vínculo entre fibromialgia e distúrbios do sono. A alteração do sono mais comum no paciente com FM consiste na intrusão de ondas alfa de vigília em ondas delta de sono profundo. Cerca de 80% dos pacientes fibromiálgicos consideram ter um sono não reparador, sendo as queixas mais frequentes quase sempre relacionadas à fadiga matutina e dor ao despertar(4). Moldofsky reproduziu os sinais e sintomas da fibromialgia em pessoas saudáveis através da interrupção da fase III-IV do sono não REM com estímulos auditivos(6).

Alterações endócrinas com anormalidades no eixo hipotálamo-hipofisário têm sido descritas em alguns estudos, embora permaneça incerto se os distúrbios observados são apenas constitutivos ou resultantes da fibromialgia(4,10).

Feldman et al.(1) e Provenza et al.(11) avaliaram o fluxo sanguíneo cerebral com SPECT (single-positron-emission-computed tomography), demonstrando áreas no tálamo, núcleo caudado e regiões pré-frontais com fluxo diminuído. Estas áreas são responsáveis pela integração, análise e interpretação dos estímulos dolorosos e têm conexões importantes com áreas do hipocampo e sistema límbico, que controlam as sensações de afetividade.
É possível que o estresse desempenhe papel relevante na mediação e perpetuação dos sintomas da FM. Muitos pacientes referem que os primeiros sintomas surgiram após período de estresse crônico ou após traumatismo(2).

Um experimento recente mostrou de maneira convincente que a atitude mental do indivíduo pode influenciar o desprazer causado por um estímulo doloroso padronizado e que isso se correlaciona com alterações no fluxo sanguíneo no giro do cíngulo. Dessa maneira, a atividade pré-cortical (pensamentos positivos ou negativos) pode influenciar a percepção da dor(4). 



Figura 1 - Sintomas associados à fibromialgia(22).

Quadro clínico

O quadro clínico costuma ser bastante rico e os pacientes fibromiálgicos são habitualmente poliqueixosos. Isso demonstra, a princípio, que a consulta tende a ser demorada, exigindo anamnese e exame físico detalhado(4). O sintoma característico da FM é dor muscular generalizada, frequentemente acompanhada de rigidez, fadiga, anormalidades na qualidade do sono e distúrbios do humor(6,12).
A dor é o principal fator a levar o paciente a procurar cuidados médicos. As queixas dos pacientes em relação aos sintomas dolorosos são expressas com palavras do tipo: pontada, queimação, sensação de peso, entre outras. A localização da dor é geralmente relatada de forma desencontrada, em que o paciente apresenta dificuldade na localização precisa do processo doloroso. Alguns têm a impressão de que ela ocorre nos músculos, outros nas articulações, enquanto uma parte relata a dor como se localizasse nos ossos ou “nervos”. As localizações mais comuns são: coluna vertebral, cinturas escapular e pélvica, podendo também ocorrer em nível de parede anterior do tórax (fato que com relativa frequência leva o paciente aos serviços de urgência cardiológica). Uma grande parte desses pacientes se queixa de dor difusa, referindo a dor com expressões do tipo: “dói o corpo todo” ou “dói tudo, doutor”, quando interrogados sobre a sua localização. Os pacientes fibromiálgicos apresentam quadro de dor tão intensa que em diversos trabalhos, como o de Wolf e cols., foi superior à dor da artrite reumatoide quando utilizadas as escalas visuais analógicas de dor(6).
Uma grande parcela dos pacientes queixa rigidez articular, porém, diferente da rigidez matinal da artrite reumatoide, é de curta duração e com períodos inferiores a 15 minutos(13).

Fadiga é outro sintoma muito comum, podendo ser acentuada, levando o paciente a dificuldades no exercício profissional, prática de esportes e no lazer. As expressões típicas do paciente são “eu estou com falta de energia” e “eu estou sempre cansada”. A intensidade da fadiga e da astenia pode ser considerada um bom parâmetro na evolução da doença e resposta ao tratamento(6).

O distúrbio do sono está presente em até 96% dos pacientes, podendo ser descrito como dificuldade para conciliar o sono, insônia terminal, vários despertares ao mínimo ruído, sono não reparador (paciente acorda pela manhã mais cansado do que antes de se deitar)(6,14,22).

Edema subjetivo (relatado pelo paciente, porém jamais verificado pelo examinador) está presente em cerca de 50% dos pacientes, podendo ser articular ou não. Este sintoma pode induzir a diagnósticos enganosos de doenças inflamatórias(6).

Parestesias são comuns e descritas como formigamentos e agulhadas com localizações imprecisas, mais comumente presentes nas extremidades superiores ou localizações bizarras (face, língua etc.). Confundida com síndrome do túnel do carpo e do tarso, compressões cervicais ou lombares(6).

Queixas como cefaleia, zumbidos, tonteiras, alterações digestivas (síndrome do cólon irritável), dismenorreia, disúria, disfunção têmporo-mandibular, ansiedade e depressão estão presentes na maioria dos pacientes que acaba submetendo-se a inúmeros exames complementares na tentativa de chegar a um diagnóstico, levando o paciente a um círculo vicioso e à descrença na cura da doença ou, muitas vezes, aterrorizando-o com a possibilidade de ter uma doença incurável(6).

Sintomas sistêmicos, como febre e emagrecimento, não são encontrados na FM e devem servir de alerta para a presença de condições mais graves que também causem dor generalizada(19).

Incapacidade para o trabalho é relatada por 31% dos pacientes(15), podendo levar à tentativa de ganhos secundários, como aposentadoria precoce e afastamento do trabalho. Segundo o último Consenso Brasileiro do Tratamento da Fibromialgia, tal doença não justifica afastamento do trabalho(21). 
Figura 2 - Os 18 tender points (pontos dolorosos) para a Classificação da Fibromialgia: 1) região occipital 2) borda médio-superior do trapézio 3) músculo supraespinhoso 4) quadrante superior-externo do glúteo 5) grande trocanter 6) região equivalente entre os espaços vertebrais de C5-C7 7) junção da segunda costela 8) 2 centímetros abaixo do epicôndilo lateral e 9) borda medial do joelho.

Diagnóstico

O diagnóstico da fibromialgia é exclusivamente clínico, devendo ser feito através de uma boa anamnese e um detalhado exame físico. Já os exames complementares assumem um papel de exclusão de doenças que podem simular um quadro de fibromialgia(6).

No exame clínico, deveremos investigar os 18 tender points elaborados pelo Colégio Americano de Reumatologia para facilitar o diagnóstico da fibromialgia(16).

A dor é considerada difusa quando está presente, tanto no lado direito e esquerdo do corpo quanto acima e abaixo da cintura, e para o diagnóstico essa deve ser persistente por mais de três meses. A dor também deve estar presente em, pelo menos, um segmento do esqueleto axial (coluna cervical, torácica ou lombar) associada a pelo menos 11 dos 18 pontos dolorosos proporciona uma sensibilidade de 88,4% e uma especificidade de 81,1%(16).

Os critérios de resposta dolorosa em pelo menos 11 desses 18 pontos dolorosos são recomendados como proposta de classificação, mas não devem ser considerados como essencial para o diagnóstico. Alguns pacientes com menos de 11 pontos dolorosos podem ser diagnosticados como portadores de FM por apresentarem os outros comemorativos dessa síndrome(4).

Exames laboratoriais de rotina e de imagem são, em geral, normais, servindo apenas para exclusão de outras doenças. Os estudos mostram que estes exames estão alterados na mesma proporção da população saudável(6).

Algumas doenças reumatológicas nas suas formas iniciais podem apresentar características semelhantes à fibromialgia, porém na maioria das vezes o diagnóstico é feito ao longo da sua evolução e por testes sorológicos que apresentam alterações específicas como na artrite reumatoide, lúpus eritematoso sistêmico, síndrome de Sjögren etc.(6). 
Figura 3 - Diagnóstico da fibromialgia.

Dentre todas as enfermidades que necessitam de diagnóstico diferencial com a FM, a síndrome miofascial e da fadiga crônica devem ser destacadas devido às suas maiores semelhanças com a FM(4).

As tendinites e tenossinovites podem ser confundidas com a síndrome fibromiálgica, diferindo-se por serem localizadas em um ou poucos pontos(6).

Muitos pacientes com o diagnóstico de LER/DORT apresentam, na verdade, quadro de fibromialgia, preenchendo os critérios, conforme atestam vários trabalhos na literatura médica porém por interesses variados, tanto de pacientes e de médicos quanto de advogados inescrupulosos buscando compensações financeiras por possíveis danos “ditos” irreversíveis a estes pacientes, têm seus diagnósticos atrasados ou confundidos, gerando prejuízos as empresas e cofres públicos, além do próprio paciente que não tem a sua doença efetivamente diagnosticada e tratada(17).

A função tireoidiana deverá se investigada, já que o hipotireoidismo pode cursar com os sintomas semelhantes ao da fibromialgia(6,8). 



Tratamento

A fibromialgia se constitui em uma síndrome ainda não totalmente entendida e, por isso, o seu tratamento permanece empírico. Inúmeros trabalhos têm sido publicados na literatura médica, abordando diversas formas de tratamento, porém nenhuma delas chegando a resultados considerados excelentes(6).

A estratégia para o tratamento ideal da fibromialgia requer uma abordagem multidisciplinar com a combinação de modalidades farmacológicas e não farmacológicas(21).

Podemos considerar que o tratamento exige uma boa dose de arte, associada a conhecimento médico. Geralmente o paciente chega ao consultório com certa ansiedade e frustração em relação a tratamentos previamente empregados, comumente corticosteroides, anti-inflamatórios não esteroides e penicilina. Além disso, os inúmeros exames laboratoriais e de imagem a que se submeteu colaboram com o temor de possuir uma doença incurável e de evolução letal. Em consequência, o médico deve, embasado em sua experiência e conhecimento científico, tranquilizar o paciente, mostrando firmeza em seu diagnóstico, associado a uma atitude de compreensão de seus temores(6).

O tratamento deve ser elaborado com o paciente, levando em consideração a intensidade de sua dor, questões biopsicossociais e culturais(21).

A partir daí, a introdução de medidas e das drogas hoje disponíveis deve ser feita, porém ressaltando ao paciente a importância da mudança de seus hábitos de vida, a ressocialização do paciente e a prática regular de atividade física. Nesse aspecto, a prática de exercícios aeróbicos de baixo impacto, como caminhada, hidroginástica e natação, tem mostrado resultados promissores na melhora da qualidade de vida, diminuição da intensidade da dor, melhora do sono e do convívio social e familiar(6). Diante do exposto, os pacientes devem ser mantidos na sua rotina laboral e de atividade física na tentativa de mantê-los produtivos e socializados, gerando uma melhor resposta à terapêutica.

A terapia cognitivo-comportamental pode apresentar resultados efetivos a longo prazo, inclusive fazendo com que os pacientes obtenham um melhor controle sobre os sintomas e aumentem sua aderência ao tratamento(4).

Dentre as medidas não farmacológicas, programas individualizados de alongamento ou de fortalecimento muscular e terapias, como fisioterapia ou relaxamento, podem ser indicados em alguns pacientes(21).

Pacientes fibromiálgicas portadoras de comorbidades como depressão ou ansiedade podem se beneficiar com a indicação de suporte psicoterápico.
Atualmente não há consenso quanto à indicação de tratamentos com acompanhamento clínico como a balneoterapia ou acupuntura. Entretanto, houve consenso quanto a não indicação de hipnoterapia, manipulação quiropática e massagem terapêutica para o alívio da dor na fibromialgia(21).
Outras terapias como pilates, RPG e tratamento homeopático não foram recomendadas para o tratamento da fibromialgia(21).

Não existem evidências científicas de que terapias alternativas, como chá, terapia ortomolecular, cromoterapia ou infiltrações de pontos dolorosos, sejam eficazes no tratamento da fibromialgia(21).

Entre as drogas empregadas, os antidepressivos tricíclicos, como a amitriptilina e nortriptilina, têm sido os mais utilizados, pela sua capacidade de inibir a recaptação periférica da serotonina e da noradrenalina, potencializando o efeito de ambos os neurotransmissores, promovendo uma melhora do quadro geral do paciente. As doses utilizadas são, em geral, baixas, em torno de 12,5 a 50 mg por dia de amitriptilina, duas a quatro horas antes de deitar, o que causa melhora em 30% a 50% dos casos(4,6,18). Já as medicações imipramina e clomipramina não foram recomendadas para o tratamento da fibrolmialgia(21).

A ciclobenzaprina, outro agente tricíclico, tem mostrado resultados promissores no tratamento da fibromialgia, quando comparada ao placebo e inferiores quando comparada a amitriptilina. É uma droga que não apresenta efeitos antidepressivos, sendo utilizada como miorrelaxante, ação derivada, provavelmente, da sua habilidade em modular a tensão muscular em nível supraespinhal, ao reduzir a atividade do neurônio motor eferente(4,6,18).

Entre os inibidores seletivos da recaptação de serotonina, há consenso de que a fluoxetina em altas doses (acima de 40 mg) também reduz a dor e frequentemente melhora a capacidade funcional, sendo assim também recomendada para o tratamento da fibromialgia. O uso isolado dos demais antidepressivos bloqueadores seletivos da serotonina, como o citalopram, escitalopram, paroxetina e sertralina, não são recomendados(21). Já o uso de inibidores da recaptação de serotonina associados a antidepressivos tricíclicos apresenta boa resposta.

Os derivados benzodiazepínicos mostram eficácia mínima, não sendo recomendados para o uso na fibromialgia (grau de recomendação D), ficando seu uso indicado por curtos períodos e em casos de ansiedade extrema(4,21).

Atualmente, segundo o Consenso Brasileiro do Tratamento da Fibromialgia, drogas como duloxetina, milnaciprano e moclobemida (inibidor da MAO) apresentam grau de recomendação A para o tratamento da FM, logo, também podem ser utilizadas. Outra medicação disponível é o pramipexol, um antiparkinsoniano que apresenta boa resposta, entretanto deve ser prescrito para pacientes que apresentem distúrbios do sono como na síndrome das pernas inquietas. As drogas zopiclona e zolpidem estão recomendadas para o tratamento dos distúrbios do sono na FM(21).

A tentativa de utilização de anti-inflamatórios esteroides e não esteroides, analgésicos opiáceos ou não tem sido objeto de diversos estudos. Analgésicos simples, anti-inflamatórios não esteroides e opiáceos leves, como tramadol, podem ser considerados para o tratamento da FM, porém não devem ser prescritos como medicação de primeira linha para fibromialgia. Referente ao uso de opiáceos potentes e corticosteroides esses não estão indicados(21).

Outra droga estudada no tratamento da FM são os neuromoduladores, gabapentina e pregabalina, sendo que a última apresenta expressiva eficácia em reduzir a dor nos pacientes fibromiálgicos, sendo preconizada pelo FDA (Food and Drug Administration) como a primeira droga com indicação para o tratamento medicamentoso da fibromialgia(21,19).

Portanto, o tratamento da fibromialgia requer uma boa participação do paciente, no sentido de assumir uma postura ativa em relação a sua doença, mudando seus hábitos de vida, praticando esportes e recebendo orientação medicamentosa pelo médico assistente.




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